Após prisão de Bolsonaro, parlamentares vão pressionar por impeachment de Moraes

O Antagonista…

Apesar dos protestos e do movimento interno no Senado, parlamentares admitem que dificilmente vão conseguir convencer Davi Alcolumbre

Integrantes da oposição ao governo Lula pretendem pressionar o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP), a tirar da gaveta pelo menos um dos aproximadamente 30 pedidos de impeachment do ministro Alexandre de Moraes após o magistrado ter decretado a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Como registramos, Moraes decretou a prisão domiciliar de Bolsonaro nesta segunda-feira, 4, por descumprimento de medidas cautelares do Supremo.

Na noite desta segunda-feira, os líderes da oposição passaram a defender publicamente o impeachment de Moraes e iniciaram um movimento coordenado nas redes sociais de pressão de Davi Alcolumbre. Também serão realizados atos públicos em cidades como Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro pelo impeachment de Moraes.

Os senadores iniciaram um movimento para apresentar um requerimento para pedir a Alcolumbre que dê seguimento a pelo menos uma das denúncias por crime de responsabilidade. Neste momento, 36 senadores já assinaram a solicitação. Eles acreditam que até quinta terão mais cinco assinaturas.

Logo após a prisão de Bolsonaro, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), e o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), compartilharam uma mensagem no grupo do PL reforçando a necessidade de se compartilhar as seguintes hashtags: VINGANÇA NAO É JUSTIÇA, ABUSO DE PODER, IMPEACHMENT MORAES e BRASIL REFÉM.

Nesta terça-feira, a oposição ao governo Lula fará uma entrevista coletiva para detalhar os próximos passos e o calendário de mobilizações do grupo.

“Trata-se de um momento de extrema gravidade para a democracia brasileira. A oposição manifesta seu mais firme repúdio a esta escalada autoritária”, informou a oposição ao governo Lula por meio de nota oficial.

Apesar do movimento, integrantes do PL admitiram a este portal que são poucas as chances de convencer Alcolumbre a tirar da gaveta ao menos um pedido de impeachment de Moraes. “Alcolumbre faz parte do sistema. É difícil convencê-lo a tirar algum impeachment da gaveta, mas vamos tentar”, admitiu um importante integrante do PL sob condição de anonimato a este portal.

Em 2019, o Senado chegou a coletar assinaturas suficientes para a criação da CPI da Lava Toga, que investigaria Dias Toffoli pela abertura do primeiro inquérito irrestrito relatado por Moraes, o das fake news; mas Flávio Bolsonaro, enquanto Toffoli paralisava investigações de peculato que o atingiam, pressionou senadores a retirarem assinaturas do requerimento.

“A quem interessa uma instabilidade política nesse momento? Não é possível que as pessoas não enxerguem. A gente tem que ter equilíbrio. Agora seria muito ruim uma CPI como essa. É só por isso que eu não assinei”, declarou Flávio na ocasião.

“Eu fui contra, sim – é importante trazer isso a público também – a CPI da Lava Toga”, confessou, anos depois.

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