Discussão ocorreu após questionamentos sobre nomeações no INSS e recusa do ex-ministro Carlos Lupi em responder perguntas
Os deputados Rogério Correia (PT-MG) e o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara dos Deputados, protagonizaram um bate-boca nesta segunda, 8, durante o depoimento do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi na Comissão Parlamentar Mista e Inquérito (CPMI) do INSS.
A confusão começou após o deputado federal Marcel van Hattem (NOVO-RS) questionar Lupi sobre nomeações para cargos estratégicos na pasta. O ex-ministro preferiu não responder.
“E, certamente, a pessoa mais avisada poderia até ficar um pouco atônita pensando que um ministro da Previdência não soubesse do que acontecia sob as suas barbas no INSS. Seis bilhões de reais, no mínimo, roubados de aposentados, deficientes físicos, idosos, e o ministro não sabia de nada. Agora, basta começar pelas contradições na sua fala pra ver que não é de confiança o seu depoimento aqui, seu ministro.
Pra começar, o senhor disse que a única renovação – em resposta à senadora Eliziane Gama -, o único acordo de cooperação renovado enquanto o senhor foi ministro, foi com a ABSP em 2023. O senhor disse isso, está na nota taquigráfica. Quem era o ministro de Lula no dia 9 de novembro de 2023, seu Carlos Lupi? Quem era o ministro?“
Ao citar entidades como a Contag e o Sindnapi, que tiveram contratos renovados durante a gestão do ex-ministro, o deputado Marcel Van Hattem seguiu com os questionamentos.
“Quem assina é responsável pelos seus atos ou não, senhor ministro? É uma pergunta. Sim ou não? Quem assine o documento é responsável?”, continuou.
Lupi, por sua vez, optou pelo silêncio.
“Não, eu prefiro não responder o senhor. Eu tenho o direito de fazer isso…”
Na sequência, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) interveio na fala do presidente da CPMI, o senador Carlos Viana (Podemos-RS), que rebateu: “O senhor não é presidente dessa CPI e não manda aqui”.
A resposta desencadeou no bate-boca entre os deputados Rogério Correia e Sóstenes:
“Se controla que Bolsonaro vai ser preso na sexta, se acalma. Você foi vaiado em Minas Gerais”, disse Rogério Correia, em referência ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no STF.
Sóstenes, com o dedo em riste, reagiu exigindo respeito ao colega parlamentar.
Lupi admite “falha”
No depoimento, Lupi admitiu ter subestimado o tamanho do rombo nas aposentadorias e pensões durante as investigações desencadeadas pela Polícia Federal (PF).
“A gente, infelizmente, não tem poder de adivinhação. Nunca tivemos a capacidade de dimensionar o tamanho, o volume que esses criminosos fizeram dentro do INSS. Só foi possível depois que a Polícia Federal investigou para valer”, declarou Lupi.
“Agora quando ela [a PF] investigou, colocou a tona esse processo. E agora sim a gente tem uma dimensão que não tínhamos na época. Talvez a minha falha maior tenha sido essa, não dar uma dimensão ao tamanho do rombo que era isso [roubo nas aposentadorias]”, declarou o ex-ministro.
O Antagonista