Pesquisa ou narrativa? AtlasIntel aponta favoritismo de Lula e aliados, mas nas ruas o cenário é outro

O levantamento divulgado pela AtlasIntel nesta sexta-feira (25) trouxe números que colocam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ministro da Fazenda Fernando Haddad (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) em ampla vantagem nos cenários testados para a eleição de 2026. À primeira vista, os dados parecem indicar uma hegemonia quase incontestável da esquerda no país. No entanto, fora dos gráficos e porcentagens, a realidade política e social é bem menos favorável ao governo.

Enquanto a pesquisa sugere estabilidade, popularidade e confiança no atual grupo no poder, o cotidiano mostra um ambiente de desgaste crescente. Lula enfrenta críticas pela estagnação econômica, aumento no custo de vida, insegurança nas ruas e sucessivas crises com o Congresso. A reprovação ao governo, segundo diversos outros institutos, mostra que a população está cansada de promessas não cumpridas e de um governo mais preocupado em reconstruir narrativas do que em entregar resultados concretos.

Fernando Haddad, colocado pela pesquisa como um nome forte para 2026, enfrenta resistência no próprio mercado financeiro e não conseguiu até agora reduzir a percepção de instabilidade fiscal. Já Geraldo Alckmin, vice de Lula, aparece como opção de “moderação”, mas tem dificuldades em dialogar com a base mais conservadora do eleitorado e sequer demonstra força política própria fora da sombra do petismo.

Diante disso, a pesquisa traz mais perguntas do que respostas: os números refletem a opinião real do eleitor brasileiro ou apenas medem o alcance da máquina política e comunicacional do governo? Ignorar a insatisfação popular, o crescimento da oposição e a presença forte de nomes conservadores nas redes e nas ruas pode ser um erro estratégico.

O Brasil de hoje não é mais o de 2006 ou 2010. O eleitor está mais atento, mais desconfiado e muito mais presente no debate público. As pesquisas podem tentar antecipar o futuro, mas não conseguem esconder o presente: há uma crescente fadiga com o governo Lula e um desejo por alternativas que representem renovação, firmeza e autenticidade.

Fonte: Portal Opinião Brasília

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