Estive presente no ato de filiação do inelegível e ex-governador José Roberto Arruda ao PSD-DF e saí impressionado com o grau de divisão que marca o partido no Distrito Federal.
A presença de políticos sem relevância local chamou atenção, mas a ausência de lideranças expressivas foi ainda mais eloquente.
O senador Izalci Lucas e o deputado Alberto Fraga, ambos do PL e de fim de carreira, declararam apoio a Arruda como candidato ao Buriti.
Uma demostração que o partido comandado por Bia Kicis está claramente rachado. O cenário remete ao que já se viu no PRB.
O Avante, de Gin Argello, foi prestigiado apenas por políticos de outros estados, sem qualquer influência real no DF.
Já o PSD marcou presença com seu presidente nacional, Gilberto Kassab, que aparentava certo desconforto diante de uma plateia paga e carregada de ônibus, a maioria do Entorno.
O mais impactante, contudo, foi a ausência do presidente do PSD no DF, Paulo Octavio, e de seu filho, André Kubitschek. A máxima de que “o importante é o que interessa” parece não encontrar eco por aqui.
O PSD do Distrito Federal, no qual Kassab empurrou goela abaixo o inelegível Arruda, revelou um sinal claro de fragmentação interna.
Como diz a Bíblia, em Amós 3:3: “Andarão dois juntos, se não houver acordo entre eles?”.
Fica a pergunta: o que aconteceu com a ideia do “puro-sangue” de 2006? O PSD-DF terá um novo presidente? Conseguirá superar essa divisão e emplacar Arruda como principal candidato ao Buriti?
*Por Arthur Benevides – Jornalista e articulista político via RadarDF



