Bombardeio ao Hospital Batista Al Ahli Arab, em Gaza, deixa entre 200 e 500 mortos. Ibrahim Alzeben, embaixador palestino no Brasil, denuncia “o crime hediondo” e cobra punição ao gabinete do premiê israelense, Benjamin Netanyahu
Um bombardeio ao Hospital Batista Al Ahli Arab, no bairro de Al Zaitoon, na Cidade de Gaza, deixou pelo menos 200 mortos, de acordo com a agência de notícias France-Presse. No entanto, ao citar o Ministério da Saúde palestino, a emissora Al-Jazeera informou pelo menos 500 mortes, entre pacientes, médicos, enfermeiros e demais funcionários. O Hamas afirmou ao Correio que o total de mortos pode varias de 800 a mil e acusou Israel de disparar dois mísseis contra o prédio. Israel, por sua vez, culpa a facção Jihad Islâmica, que teria lançado o foguete supostamente com defeito.
Durante viagem a Ramallah, na Cisjordânia, o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Al-Zeben, afirmou ao Correio que o ataque ao hospital é um “crime de guerra”. “(Benjamin) Netanyahu e seu gabinete serão enviados a tribunais como autores de dezenas de massacres cometidos contra civis inocentes”, declarou, por meio do WhatsApp. “Esse é um crime hediondo que se soma a todos os crimes de guerra que Israel pratica contra o povo palestino.”
O ataque ao hospital mereceu forte condenação internacional. Em nota, a Organização Mundial da Saúde (OMS) explicou que o Hospital Al Ahli Arab, no norte da Faixa de Gaza, estava operacional, com pacientes, profissionais de saúde e prestadores de cuidados e pessoas deslocadas internamente abrigadas. “Os primeiros relatórios indicam centenas de mortos e feridos. O hospital era um dos 20 no norte da Faixa de Gaza que recebiam ordens de evacuação dos militares israelenses. A ordem de evacuação tem sido impossível de ser executada dada a atual insegurança, o estado crítico de muitos pacientes e a falta de ambulâncias, de pessoal e de capacidade de leitos, além de ser abrigo alternativo para os deslocados”, afirma o comunicado. O presidente palestino, Mahmud Abbas, declarou luto oficial de três dias e cancelou uma reunião que teria com o homólogo norte-americano, Joe Biden, que ocorreria na Jordânia.
CB