Operação da PCDF mira suspeitos de extorquir pacientes com HIV

Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em São Paulo. De acordo com os investigadores, os suspeitos exigiam valores elevados para não divulgar as informações a familiares, colegas de trabalho e até amigos das vítimas

Policiais civis da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos da Polícia Civil (DRCC/PCDF) cumpriram três mandados de busca e apreensão em São Paulo contra suspeitos de invadir bancos de dados sigilosos de pacientes com o vírus da imunodeficiência humana (HIV) e extorqui-los com ameaças de divulgar o diagnóstico.

Os investigadores constataram que, após a invasão, os criminosos obtiveram informações sobre dados médicos de pessoas com HIV, vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS). Os suspeitos exigiam valores elevados para não divulgar as informações a familiares, colegas de trabalho e até amigos dos pacientes nas redes sociais.

Os acusados realizavam as extorsões por meio de um telefone com DDD da Holanda. Eles exigiam transferências em criptomoedas e, caso não fossem pagos, ameaçavam expor as informações na internet.

A operação contou com apoio logístico e operacional da Divisão de Crimes Cibernéticos da Polícia Civil de São Paulo (DCCiber/Deic/PCSP). Todo o material apreendido será analisado pela Seção de Perícias de Informática da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).

A operação foi batizada como Panaceia, em referência à deusa da cura na mitologia grega.

Os suspeitos poderão responder pelos crimes de extorsão majorada e associação criminosa, com penas que podem chegar a 27 anos de prisão, além dos delitos de invasão de dispositivo informático e discriminação contra portadores do vírus HIV. As investigações continuam.

O caso

O caso foi mostrado pelo Correio em junho. Na ocasião, reportagem mostrou que ao menos três pessoas, acompanhadas pelo Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), denunciaram uma tentativa  de extorsão por criminosos que ameaçaram divulgar seus dados pessoais e de diagnóstico, caso não recebessem valores entre R$ 500 e R$ 1 mil.

As vítimas recorreram à ONG Amigos da Vida em busca de orientação, e denunciaram a chantagem à 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul) e à 4ª DP (Guará), que apuraram o caso inicialmente. Além do procedimento instaurado no âmbito criminal, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) apura o caso.

Fonte: CB

Continue Lendo

ÚLTIMAS