Quatro anos após inauguração, Rota de Segurança do SIA desafoga trânsito para moradores e trabalhadores

Trajeto alternativo tem extensão de 3,7 km e recebeu investimento de cerca de R$ 12 milhões

Um sonho que saiu do papel. É assim que a dona de casa Maria de Jesus Santos Serejo, 61 anos, define a Rota de Segurança, um trecho de 3,7 km que interliga o Setor de Indústria e Abastecimento (SIA) e a Estrada Parque Taguatinga (EPTG). O trajeto foi inaugurado por este Governo do Distrito Federal (GDF) em novembro de 2021, com investimento de cerca de R$ 12 milhões, para levar mais segurança às mais de 10 mil pessoas que trabalham ou residem na região.

Maria de Jesus conta que a construção da obra começou a ser solicitada no início dos anos 2000. No entanto, mais de uma década de espera foram necessários para que o projeto, concluído em 2009, fosse executado. “Era um sonho mesmo. Lutamos muito para conseguir essa obra. Muitos governos passaram até finalmente dar certo. É uma bênção para todos os moradores do SIA e do Lúcio Costa”, afirma ela, que preside a Associação Habitacional dos Moradores do Setor de Chácaras (Aschaga).

O trecho, que hoje é pavimentado e conta com ciclovias, calçadas, abrigos de ônibus e sinalização viária, antigamente não tinha nenhum tipo de infraestrutura. “Sofremos muito. Como era estrada de chão, na época de chuva, era lama para todo lado. Quando não, o problema era a poeira”, revela Maria de Jesus, que mora em frente à rota. “Era difícil para os ônibus escolares passarem por aqui, para a polícia, as ambulâncias, até para o SLU (Serviço de Limpeza Urbana). Hoje está ótimo para todos, aqui passa caminhão, ônibus escolar, ônibus normal. É uma vitória para nós.”

A Rota de Segurança foi criada com uma alternativa para casos de emergência, sendo estratégica para a mobilidade urbana da região. A obra foi executada pela Secretaria de Obras (SODF) com recursos da Agência de Desenvolvimento do DF (Terracap) e gerou cerca de 400 empregos. Na data da inauguração, o governador Ibaneis Rocha enfatizou o afinco deste GDF em solucionar problemas antigos da população.

“Essa é uma obra que era para ter sido feita há 20 anos e, com o crescimento da região, tornou-se quase que obrigatória essa Rota de Segurança. Estamos beneficiando a comunidade que reside aqui, e de forma segura trazemos esse trabalho para as empresas daqui”, afirmou Ibaneis Rocha durante a solenidade de entrega, noticiada pela Agência Brasília.

A população urbana do SIA mais que triplicou nos últimos anos, conforme apontam levantamentos do Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF). De acordo com a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios Ampliada (Pdad-A) 2024, o SIA reúne 5.630 moradores atualmente, enquanto, há quatro anos, o número de moradores era de 1.737, segundo a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (Pdad) 2021.

O administrador regional do SIA, Bruno Oliveira, destaca que o setor reúne vários pontos de armazenamento e redistribuição de combustível, além de residências e comércios diversos. “Era uma rota solicitada há muito tempo também pelas empresas, que desafogou o trânsito de caminhões e criou uma saída de emergência em caso de acidente, além de ter trazido mais qualidade de vida para os moradores”, salienta.

Oliveira reforça, ainda, que o SIA é a única cidade comercial do DF, responsável por 56% da arrecadação do ICMS distrital. Diariamente, circulam pela região administrativa cerca de 300 mil pessoas, entre elas 80 mil trabalhadores e clientes das 4,5 mil empresas ali instaladas. O SIA engloba, ainda, os setores de Armazenamento e Abastecimento Norte (SAAN), de Oficinas Norte (SOF Norte) e o de Transportes Rodoviários e Cargas (STRC).

 

O trecho liga o Setor de Inflamáveis, localizado no SIA, à marginal da Estrada Parque Taguatinga (EPTG)

“Existe um fluxo muito grande de caminhões, que fazem entrega de materiais vindos de outros estados e que também buscam mercadorias. A rota foi criada para contribuir com essa situação e também trabalhamos em outras ações, como o estacionamento para caminhoneiros que foi entregue recentemente”, salienta o administrador regional.

A obra

O trecho liga o Setor de Inflamáveis, localizado no SIA, à marginal da Estrada Parque Taguatinga (EPTG). São duas saídas que dão continuidade às vias IN-1 e IN-2, que seguem paralelamente à via férrea até a marginal da EPTG, na altura do Setor Lúcio Costa. Cada faixa de rolamento tem sete metros de largura, além de calçadas e ciclovias. A intervenção incluiu, ainda, drenagem, plantio de grama na rotatória e sinalização vertical e horizontal.

Os serviços trouxeram mais conforto para a vida da dona de casa Daysemary França Gamba, 61. Moradora do setor desde 1988, ela conta os transtornos causados pela falta de infraestrutura e cuidado de gestões anteriores. “A gente andava aqui e era só poeira. Nem policial queria passar”, diz ela, que também atua na Aschaga. “Hoje está ótimo: chegou iluminação, calçada, nossos carros não quebram mais como antigamente e até aumentou o número de comércios. Uso muito a ciclovia e sempre tem bastante gente caminhando.”

Os serviços trouxeram mais conforto para a vida da dona de casa Daysemary França Gamba, 61

Assim como os moradores e as grandes empresas localizadas no Setor de Inflamáveis, os pequenos comércios também foram beneficiados com a obra. O comerciante Eraildo Gambarra, 63, que mantém um quiosque na região desde 1986, observa o impacto da obra para a região. “A rota trouxe bastante segurança, muito movimento e facilitou demais para todos os trabalhadores”, frisou.

Ações

Outras intervenções foram executadas por este GDF para melhorar a qualidade de vida da população que reside e trabalha no SIA. É o caso do estacionamento para veículos de grande porte, inaugurado em dezembro de 2024 com investimento de R$ 2,2 milhões. Localizado no Trecho 1, o espaço conta com 24 vagas e mudou a rotina dos caminhoneiros que atuam no transporte de cargas na capital, com trazendo mais organização e segurança para o tráfego local.

Destaque também para a construção e reforma de calçadas na região, substituição de lâmpadas convencionais por luminárias de LED, e para a instalação de uma tubulação de grande porte para interligar a rede de abastecimento de água do Guará à adutora instalada próximo ao viaduto da EPTG. Além disso, no ano passado, a cidade ganhou 18 novos abrigos de ônibus, implantados em locais que possuíam somente placas ou que tinham paradas improvisadas.

Agência Brasília

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