Caiado define presença de comitiva japonesa como marco para avanço da cooperação e garante que Estado será referência mundial no setor de minerais críticos
O governador Ronaldo Caiado recebeu na quinta-feira (28/8), no Palácio Pedro Ludovico Teixeira, comitiva da Embaixada do Japão no Brasil para tratar da exploração de Terras Raras em Goiás. No final do encontro, o embaixador Teiji Hayashi falou, em tom otimista, de avanço concreto e real para acerto de parceria.
A reunião teve como objetivo principal discutir parceria estratégica para exploração de óxidos de terras raras (OTR), em Goiás. As reservas goianas representam cerca de 25% da disponibilidade mundial deste tipo de minério, que é insumo imprescindível para o desenvolvimento tecnológico. Ao final da reunião, ficou definido que a interlocução entre o Estado e o governo japonês será conduzida pela Embaixada do Japão em Brasília.
Caiado também destacou avanços nas conversas. “Chegamos a um entendimento para avançar na cooperação entre Goiás e o governo japonês, não apenas na exploração, mas também no processamento das terras raras”, afirmou Caiado.
Embaixador do Japão, Teji Hayashi afirmou que a visita explora a possibilidade de ampliar os laços econômicos. “Veio a equipe completa do governo japonês para discutir e para aprofundar nossos laços, colaborações na área de terras raras”, destacou. O diplomata integra a comitiva que visitou a mineradora Serra Verde, em Minaçu, na sexta-feira. O grupo conheceria ainda a planta fabril da Aclara Resources, em Aparecida de Goiânia; além de participar de reuniões institucionais.
Os 17 elementos de terras raras são aplicados em tecnologias de ponta e transição energética global, com utilização em turbinas eólicas, veículos elétricos, baterias, equipamentos militares e data centers. A atividade mineral no estado detém as duas primeiras etapas para a comercialização do minério – sendo o único ponto fora da Ásia a realizar a produção em larga escala.
O governador também defendeu que a parceria com o Japão avance para as fases de separação e refino do minério, hoje dominadas pela China. “Goiás não quer ser apenas exportador de matéria-prima. Precisamos da sensibilidade para que essas etapas seguintes sejam implantadas aqui”, disse, ao reforçar a janela de oportunidades para atração de tecnologia e investimentos. Ele frisou ainda que, em relação ao licenciamento, o Estado é ágil: “Posso garantir que, no máximo em três meses, nós autorizamos o início de qualquer pesquisa ou instalação em Goiás”.
O governador também destacou a sanção da Lei nº 23.597, publicada na quarta-feira (27/8), que institui a Autoridade Estadual de Minerais Críticos. A medida estabelece governança para todas as etapas da mineração e cria a possibilidade de um fundo de pesquisa. “O governo japonês poderá, com a tecnologia que tem, implantar aqui conosco o refino, a separação dos produtos ou contribuir para esse fundo, ampliando nossa capacidade de pesquisa”, explicou.
A iniciativa fortalece operações já existentes em Minaçu, Nova Roma e Iporá. Em Minaçu, a Serra Verde Pesquisa e Mineração (SVPM) produz em escala comercial disprósio (Dy) e térbio (Tb), além de neodímio (Nd) e praseodímio (Pr). Em Nova Roma, o investimento no processamento de argilas iônicas deve alcançar R$ 2,8 bilhões, com geração estimada de 5,7 mil empregos em Goiás. Já em Aparecida de Goiânia, a multinacional chilena Aclara Resources inaugurou em abril deste ano uma planta fabril com aporte inicial de R$ 30 milhões.
Missão ao Japão abriu caminho
As tratativas tiveram início durante uma missão comercial do Governo de Goiás ao Japão, que ocorreu de 11 a 21 de julho deste ano. Em Tóquio, o governador Ronaldo Caiado esteve com o ministro da Economia, Comércio e Indústria do Japão, Ogushi Masaki, que manifestou interesse em parcerias estratégicas com o estado de Goiás para a exploração de minérios de terras raras.
Com informações Tribuna do Planalto