A PIZZA JÁ ESPERADA: CPMI cumpre o papel: “Missão dada, missão cumprida!”

Apenas mais uma para inglês ver e acabar em pizza como as outras, disseram alguns parlamentares

Se alguém ainda acreditava que a CPMI do 8 de janeiro iria esclarecer alguma coisa que a sociedade brasileira já sabia, essa retórica foi por água a baixo hoje com a leitura do Relatório Final da Comissão pela Relatora, Senadora Eliziane Gama.

Eliziane Gama, Senadora e Relatora, cupincha de Flávio Dino e aliada do governo, não poderia apresentar nada melhor para Lula e sua trupe.

Desde sua criação a tal CPMI não apresentava nenhuma credibilidade. Primeiro porquê o governo não queria sua instalação e segundo que, quando instalada, foi sitiada pela esquerda que fez o que bem entendeu.

O povo brasileiro já está acostumado a pagar o pato com as ações nada despretensiosas dos políticos. O relatório da senadora Eliziane Gama, do PSD-MA, que foi designada para exercer a função oficialmente, pede o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, do PL, e mais 60 pessoas ligadas a ele.

No entanto, encobre suas próprias falcatruas, como as perguntas e respostas combinadas com o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, General Gonçalves Dias.

Foi uma CPI criada para defender as ocultações desse governo desgovernado que não sabe para que lado deve caminhar.

Para não deixar os governistas falando o que querem, um grupo de 16 parlamentares, todos defensores e aliados de Bolsonaro, apresentaram um relatório alternativo onde solicita o indiciamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, e de outras cinco autoridades. O senador Izalci, do PSDB, também fez a leitura de seu relatório e, no final, pediu que o documento fosse incorporado ao relatório de seus colegas da oposição.

Ao longo desses cinco meses de trabalho, o embate ferrenho entre parlamentares governistas e da oposição deixava o clima carregado e tenso. Quem acompanhava as reuniões presencialmente tinha a sensação de que um barril de pólvora iria explodir a qualquer momento. Contudo, todo esse enfrentamento faz parte do jogo político, principalmente diante das câmeras. Parecia que toda e qualquer ação era bem calculada por qualquer dos lados.

Com o passar do tempo, as reuniões da CPMI foram caindo no ostracismo e aos poucos foram deixando de ser o centro das atenções. Para os parlamentares, esse distanciamento foi até bom, já que dessa forma, seus eleitores eram abastecidos com conteúdo e informações que seus assessores produziam e não pelas manchetes do noticiário.

Para fechar com chave de ouro a encenação, a leitura de dois relatórios evidencia que cada lado procurou defender o seu e o povo e a verdade que se explodam. Essa foi a solução encontrada para não caracterizar que os parlamentares estavam se exibindo diante das câmeras.

A verdade nua e crua é que embora seja dotada de amplos poderes de investigação, uma CPMI ou CPI não profere sentença, não julga e nem tem poder punitivo. Outro detalhe bastante importante é que ela não pode fazer as vezes de Poder Judiciário, sob pena de contrariar o clássico princípio da separação dos Poderes.

Portanto, a CPMI do 8 de janeiro é mais uma para inglês ver e acabar em pizza como as outras que já vimos. A base governista e a oposição podem fazer a lista de indiciados que quiserem. No frigir dos ovos, não são os parlamentares que decidem quem vai ser ou não processado, indiciado, preso ou sofrer qualquer outra penalidade. O povo brasileiro já está calejado e não cai mais nesse conto da carochinha.

Foto: Geraldo Magela/Ag. Senado com informações do Portal Expressão Brasiliense

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