O coronel Jorge Eduardo Naime, ex-comandante do Departamento Operacional da Polícia Militar, decidiu depor na CPMI do 8 de janeiro no Congresso, mesmo depois de ter apresentado um atestado médico
Apesar de muito cauteloso em seu depoimento, Naime não poupou palavras em determinados momentos e jogou algumas bombas no colo dos governistas e da oposição, que integram a Comissão.
A primeira delas se referia as ações da Polícia Militar no acampamento, onde, segundo ele, sempre foi limitada pelas Forças Armadas. Ele próprio afirmou ter comparecido várias vezes no acampamento, à serviço, e comprovou o risco dos agentes de inteligência da corporação de serem identificados.
A outra bomba, e que mexeu profundamente com a oposição, foi a afirmação do coronel de que os manifestantes que participaram do quebra-quebra do dia 12 de dezembro em frente à sede da Polícia Federal, estavam hospedados em hotéis no setor hoteleiro de Brasília, na região central da cidade. “Um ponto ficou muito claro para a gente: quem participou desses ataques diretamente do dia 12 [de dezembro] estavam hospedados nos hotéis do Setor Hoteleiro. Eles não estavam no acampamento. A organização dos atos, supostamente, partiu de lá”.
Naime relatou que no dia seguinte ao vandalismo, o comandante-geral e o Secretário de segurança do DF foram chamados para uma reunião no Setor Hoteleiro com os donos dos hotéis, que estavam preocupados com os atos.
“Vários deles [donos de hotéis] chamaram o Comandante-Geral num canto …Inclusive, depois, pelo que chegou ao meu conhecimento, foi colocada inteligência nesses hotéis, porque eles [vândalos] se reuniam no café da manhã nesses hotéis; eles se reuniam, planejavam as ações do dia, a saída do dia nesses hotéis. Não iam nem ao acampamento”, disse Naime. Assista:
Resta agora saber de quem se tratavam esses vândalos: Se da turma da direita ou da turma da esquerda! A CPMI e seus parlamentares terão muito trabalho.
Da redação