Ex-presidente pede para que as pessoas usem verde e amarelo e não levem faixas ou cartazes “contra quem quer que seja”
Deputados alvo de operações da Polícia Federal vêm usando as redes sociais para aderir a uma manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. O ato é anunciado como uma tentativa de defesa do antigo chefe do Executivo, ele próprio também investigado por investidas antidemocráticas.
Entre os aliados políticos de Bolsonaro na mira da PF que declararam apoio ao evento estão, por exemplo, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) e o líder da oposição na Câmara dos Deputados Carlos Jordy (PL-RJ).
O primeiro é suspeito de participar de um esquema de monitoramento ilegal na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), órgão que comandou no governo Bolsonaro, para vigiar autoridades públicas, cidadãos comuns e adversários políticos do ex-presidente. Já o segundo foi alvo de buscas da Operação Lesa Pátria, que tem o objetivo de identificar pessoas que planejaram, financiaram e incitaram os atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
Bolsonaro, por sua vez, viu o cerco se fechar após a operação deflagrada na última quinta-feira, que cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços vinculados a ele. Cinco pessoas foram presas, incluindo o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que mantinha em casa uma arma ilegal — ele foi solto no sábado.
No vídeo que tem sido divulgado para divulgar o ato, Bolsonaro, com a camisa da seleção brasileira, diz que a manifestação é pacífica e em defesa do “estado democrático de direito”. Ele também pede para que as pessoas usem verde e amarelo e não levem faixas ou cartazes “contra quem quer que seja”.
“Quero me defender de todas as acusações que têm sido feitas a mim nos últimos meses. Mais do que discurso, uma fotografia de todos vocês, para mostrarmos a nossa união”, afirma o ex-presidente.