Marcola encomenda morte de líderes do PCC e agrava racha na facção

Os indivíduos marcados para morrer são Roberto Soriano (Tiriça), Wanderson Nilton de Paula Lima (Andinho), e Abel Pacheco de Andrade (Vida Loka)

Uma investigação conduzida pelo Ministério Público do Estado de São Paulo revelou que Marcos Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola, líder máximo do Primeiro Comando da Capital (PCC), a maior facção criminosa do Brasil, ordenou o assassinato de três importantes membros da organização. Essa diretriz foi descoberta em um salve geral destinado aos membros do grupo. Os indivíduos marcados para morrer são Roberto Soriano (Tiriça), Wanderson Nilton de Paula Lima (Andinho), e Abel Pacheco de Andrade (Vida Loka), todos atualmente detidos na Penitenciária Federal de Brasília. Este ato evidencia uma intensificação das divisões internas dentro do PCC, conforme reportagem do jornal O Estado de São Paulo.

Recentemente, a fuga de dois presidiários vinculados ao Comando Vermelho da penitenciária de segurança máxima em Mossoró, Rio Grande do Norte, destacou desafios adicionais para o sistema carcerário brasileiro, marcando a primeira grande crise sob a gestão do Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.

A ordem de Marcola de eliminar seus antigos aliados reflete uma profunda insatisfação e disputa por poder dentro do PCC, agravada por decisões e acúmulos de poder que foram mal recebidas por parte de Marcola. Especificamente, a condenação de Tiriça por um crime de assassinato, influenciada por declarações de Marcola, exacerbou as tensões. A vítima, uma psicóloga de 37 anos, foi morta em 2017, um caso pelo qual Tiriça recebeu uma sentença de mais de 31 anos de prisão.

De acordo com o promotor de justiça Lincoln Gakiya, que conversou com o Estadão, as declarações de Marcola foram cruciais para a condenação de Tiriça, aumentando o ressentimento e as divisões dentro da facção. A retaliação interna é evidente nas tentativas de Tiriça, Andinho e Vida Loka de mobilizar um contra-ataque ao líder, ilustrando ainda mais o aprofundamento do racha dentro do PCC.

O assassinato de Rogério Jeremias de Simone, conhecido como “Gegê do Mangue”, em 2018, e as circunstâncias de sua morte também são pontos de controvérsia dentro da organização, revelando disputas de poder e desafios de liderança. Gakiya, que investiga o PCC há duas décadas, aponta que essas divisões internas dificultam a resolução de conflitos dentro da estrutura federal de prisões, mas que as disputas continuam a provocar violência e mortes relacionadas à facção nas ruas.

Investigações do Ministério Público revelam os complexos desafios de segurança pública enfrentados pelo Brasil em meio às disputas de poder dentro das maiores organizações criminosas do país.

Com informações JBr

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