Kursk, Rússia, 25 de maio de 2025 – Um ataque ousado e sem precedentes quase mudou o curso da guerra entre Rússia e Ucrânia na última terça-feira (20), durante uma visita surpresa do presidente russo, Vladimir Putin, à região de Kursk, próxima à fronteira ucraniana. Segundo informações divulgadas pelo portal R7, o helicóptero presidencial que transportava Putin foi alvo de um “enxame de drones” lançados pela Ucrânia, em uma tentativa de atingir a aeronave. Apesar da intensidade do ataque, todos os drones foram neutralizados pelas defesas aéreas russas, e o presidente escapou ileso.
De acordo com Yury Dashkin, comandante de uma divisão de defesa aérea russa, o incidente ocorreu quando o helicóptero presidencial se aproximava da região de Kursk, uma área estratégica próxima à zona de conflito. Em entrevista ao canal estatal russo Rossiya-24, Dashkin relatou que as forças russas enfrentaram um “ataque sem precedentes” com 46 drones do tipo aeronave. “Gostaria de enfatizar que a intensidade dos ataques durante o voo da aeronave do comandante supremo aumentou significativamente”, afirmou o major-general. Ele destacou que as unidades de defesa conduziram, simultaneamente, combates antiaéreos e garantiram a segurança do helicóptero presidencial, destruindo todos os alvos aéreos.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia classificou o ataque como uma tentativa de sabotar as negociações de paz entre Moscou e Kiev, mediadas pelos Estados Unidos. “Esse ato demonstra a intenção da Ucrânia de escalar o conflito em vez de buscar soluções diplomáticas”, declarou um porta-voz do Kremlin. Até o momento, a Ucrânia não se pronunciou oficialmente sobre as acusações, e o Kremlin não confirmou se o helicóptero de Putin foi diretamente visado pelos drones ou se houve danos à aeronave.
A visita de Putin a Kursk, não anunciada publicamente por motivos de segurança, tinha como objetivo reunir-se com voluntários, autoridades municipais e o governador interino, Alexander Khinshtein. A região tem sido palco de intensos combates desde que forças ucranianas lançaram uma ofensiva em agosto de 2024, controlando parcialmente territórios russos. A presença de tropas norte-coreanas lutando ao lado das forças russas em Kursk, conforme relatado pelo Pentágono, também elevou as tensões na área.
O incidente ocorre em um momento crítico do conflito, iniciado em fevereiro de 2022, quando a Rússia invadiu a Ucrânia. Recentemente, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, expressou intenção de mediar negociações para encerrar a guerra, mas a troca de ataques, como o uso de drones e mísseis de longo alcance por ambos os lados, continua a complicar o cenário. A União Europeia e os EUA também intensificaram sanções contra a Rússia, enquanto Putin alertou sobre o risco de escalada caso os EUA instalem mísseis de curto e médio alcance na Europa.
Este ataque frustrado reforça a escalada de tensões e o uso crescente de drones no conflito, uma tática que a Ucrânia tem aprimorado desde 2022. Em dezembro de 2024, um drone naval ucraniano Magura V5 derrubou um helicóptero russo Mi-8 na Crimeia, marcando a primeira vez que um drone marítimo atingiu um alvo aéreo. Especialistas apontam que a sofisticação dos drones ucranianos representa um desafio cada vez maior para as defesas russas.
Enquanto as negociações de paz seguem incertas, o incidente em Kursk reacende temores de uma intensificação do conflito, com consequências imprevisíveis para a região e o mundo.
Fonte: R7
