Douglas Murray critica o Comitê Olímpico Internacional por permitir homens biológicos em esportes femininos
Douglas Murray, renomado jornalista britânico, publicou nesta quinta, 1º de agosto, um artigo intitulado “Brutal: Homem vence mulher em 46 segundos nas Olimpíadas de Paris” no New York Post. Murray discorre sobre o combate de boxe nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 entre a italiana Angela Carini e a argelina Imane Khelif, destacando a polêmica envolvendo a participação de atletas transgêneros e intersexo em competições femininas.
Murray inicia questionando: “Você gosta de ver homens batendo em mulheres? Eu não gosto.” Ele critica duramente o Comitê Olímpico Internacional (COI) por permitir a competição de atletas transgêneros e intersexo, classificando a decisão como um sinal verde para “assistir homens batendo em mulheres em um grande estádio e transmitido para o mundo todo.”
Imane Khelif, que não é transgênero, foi desclassificada dos campeonatos mundiais do ano passado após falhar em testes de testosterona. Ela venceu Carini em um combate que durou apenas 46 segundos. Murray destaca que Khelif foi considerada “biologicamente masculina” e questiona a decisão do COI, que parece ignorar os níveis elevados de testosterona de Khelif. “Isso parece não ser um problema para o COI”, afirma Murray, associando a decisão à cerimônia de abertura das Olimpíadas que ele considera uma “veneração bizarra de mulheres barbadas e drag queens”.
Cromossomos XY
Khelif está sob os holofotes desde que foi desclassificada poucas horas antes da disputa pela medalha de ouro no campeonato mundial de 2023, por não cumprir as regras de elegibilidade da International Boxing Association (IBA) que impedem atletas com cromossomos XY de competir em eventos femininos. Apesar disso, ela foi considerada elegível para competir em Paris.
Durante a luta, Carini foi até seu treinador 30 segundos depois do início para ajustar seu capacete, mas após retomar brevemente, ela voltou ao seu canto e desistiu, saindo rapidamente do ringue. Posteriormente, explicou que a decisão se deu por uma dor intensa no nariz: “Para mim, não é uma derrota. Para mim, quando você sobe nessas cordas, você já é uma guerreira, você já é uma vencedora.” Carini acrescentou: “Sou uma mulher madura. O ringue é minha vida. Sempre fui muito instintiva. E quando sinto que algo não está certo, não é desistir. É ter maturidade para parar.”
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, manifestou apoio a Carini, declarando: “Eu sei que você não desistirá, Angela, e sei que um dia você ganhará com esforço e suor aquilo que merece. Em uma competição justa.”
Preocupação
Murray ressalta as preocupações de atletas femininas e ativistas sobre a presença de homens biológicos em esportes femininos, citando casos de ampla repercussão, como o de William (Lia) Thomas, que competiu como mulher após ser designado homem ao nascimento. Ele menciona a nadadora Riley Gaines, que ao criticar essa prática, foi alvo de ódio e violência por ativistas dos direitos trans.
O jornalista enfatiza que as atletas femininas têm seus sonhos destruídos repetidamente, muitas vezes perdendo posições no pódio para atletas transgêneros. “Ainda assim, é tudo ‘progresso’, não é?”
Murray também faz referência ao UFC, citando o caso de Fallon Fox, ex-militar e caminhoneiro que se tornou lutador de MMA feminino, causando lesões graves em competidoras femininas. “Mesmo que você tenha cortado seu pênis, alguém que se desenvolveu como homem tem todas as vantagens que vêm com isso,” diz ele, citando a estrutura óssea e a força muscular.
“Isso é injusto”
Ao concluir, Murray reflete sobre a situação de Carini, que após sofrer dois golpes no rosto de Khelif, gritou “Isso é injusto” e se recusou a cumprimentar o adversário. Ele conclui que a decisão do COI em permitir essa luta é um reflexo de uma “loucura que pode não durar para sempre.”
Vale notar que a argelina Imane Khelif compete sob leis rigorosas em seu país islâmico, onde o homossexualismo é crime.
Quem é Douglas Murray
Douglas Murray é um jornalista e escritor britânico, conhecido por seus comentários sobre política e sociedade. É autor de diversos livros, incluindo The Madness of Crowds e The Strange Death of Europe. Murray é um colunista do The Spectator e contribui regularmente para outros veículos de imprensa. Seus trabalhos frequentemente abordam temas controversos, como liberdade de expressão e políticas de identidade.
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