“Eu não sou o autor de nenhum movimento de descortesia, então não vou (tomar a iniciativa de pedir desculpas)”, declarou o governador
A relação entre o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) continua marcada pelo distanciamento após a eleição municipal de Goiânia. O governador de Goiás deixou claro que não pretende buscar uma reconciliação. Ele considera que a “descortesia” foi iniciada pelo ex-presidente. Para Caiado, o passo para superar o impasse deve partir de Bolsonaro, que, segundo o governador, não demonstrou nenhum sinal de arrependimento ou tentativa de reconciliação.
“Não recebi nenhuma ligação. Eu não sou o autor de nenhum movimento de descortesia, então não vou (tomar a iniciativa de pedir desculpas)”, disse Caiado ao Globo, reafirmando sua postura firme diante das ofensas que recebeu durante o pleito de Goiânia.
O episódio que gerou a animosidade foi o apoio explícito de Bolsonaro a Fred Rodrigues, candidato do PL, que, embora tenha contado com a presença constante do ex-presidente em eventos na cidade, acabou derrotado. O vencedor da eleição foi Sandro Mabel, do União Brasil, apoiado pelo governador. Durante a campanha, Bolsonaro fez críticas públicas a Caido durante seus discursos.
O que diz o ex-presidente
Perguntado por O Antagonista, durante passagem no Senado, sobre as últimas declarações de Caiado a seu respeito, Bolsonaro rebateu a acusação de ser um líder que ‘precisa acordar’ sobre a complexidade do cenário eleitoral no Brasil.
“O Caiado é uma pessoa que se você o desagrada, ele vira teu inimigo. Em quatro momentos, ele rompeu comigo, enquanto presidente da República. No momento agora, ele tinha um candidato, eu tinha outro”, afirmou.
2026
A desavença tem mais um desdobramento. A disputa pelo comando da República que se aproxima. Recentemente, Caiado confirmou que será candidato.
“Eu sairei candidato a presidente da República em 2026 pela União Brasil. Lógico que buscarei o diálogo, buscarei coligações e buscarei aí poder dizer à população brasileira que o que eu proponho não é com os pés do achismo. É o que eu fiz, o que eu estou fazendo em Goiás. Se as pessoas quiserem ver, venham aqui e vão experimentar o que é uma gestão que realmente atende à vontade da população“, disse.
O governador defendeu que “a direita e o centro não têm dono de nenhum lado”. “Cada eleição é uma eleição. Em cada momento você vai apresentar suas ideias e não quer dizer que você está em um lado que você vai ganhar, não”, completou.
As declarações repercutem no entorno do ex-presidente, que também se considera candidato viável, apesar de inelégivel.
O Antagonista