Crise fiscal no Brasil: “Lula segue os erros de Dilma”, diz economista

O economista VanDyck Silveira participou do BM&C News e alertou para os entraves que limitam a capacidade do governo de realizar novos investimentos. Silveira destacou que a indexação de gastos com saúde e educação, vinculados ao crescimento das receitas, deixa o orçamento sem margem de manobra. “Não há eficácia, e isso precisa mudar para que o governo consiga investir”, pontuou.

Desvincular gastos do BPC é tabu político

Entre as alternativas discutidas para flexibilizar o orçamento, Silveira citou a necessidade de desvincular o Benefício de Prestação Continuada (BPC) da inflação. No entanto, ele reconhece que a medida enfrenta forte resistência, com o presidente Lula deixando claro que não pretende apoiar tal mudança, o que alimenta o ceticismo no mercado financeiro.

Erros do passado e o risco de um novo colapso fiscal

O economista comparou as atuais políticas econômicas às adotadas durante o governo Dilma Rousseff, alertando para o risco de repetição dos erros que culminaram na crise fiscal de 2014-2016. “Lula está seguindo o mesmo caminho e pode enfrentar um colapso semelhante”, afirmou Silveira. Ele enfatizou que a estratégia de subsidiar crédito e incentivar campeões nacionais, como JBS, repete padrões que levaram à deterioração das contas públicas no passado

Privatizações como saída para o déficit público

Silveira também defendeu a privatização das estatais como uma solução para aliviar o orçamento, sugerindo que empresas como a JBS estão assumindo o papel antes ocupado pela Odebrecht. “Se o governo quer resolver o problema, tem que privatizar. Mantenho minha disposição para ajudar, sem custos, a estruturar essas privatizações”, destacou. Segundo ele, manter estatais deficitárias apenas agrava o cenário econômico.

Instabilidade institucional prejudica a imagem do Brasil

O economista chamou atenção para o impacto negativo da instabilidade política e da promiscuidade entre os poderes no Brasil. “O STF atua como uma extensão do governo, dificultando a relação com o Congresso”, criticou. Ele alertou que a postura das autoridades, como embates públicos com figuras internacionais, afeta a credibilidade do país no cenário global. “O Brasil é visto como uma ‘república bananeira’ por não se comportar de forma séria nas instituições”, completou Silveira

Com um tom pessimista, VanDyck Silveira prevê que, mesmo com crescimento econômico, a qualidade desse avanço será insuficiente para sustentar o desenvolvimento a longo prazo. “Sem reformas estruturais e corte de privilégios fiscais, o Brasil seguirá nesse ciclo de crise”, afirmou. A resistência do governo em adotar medidas impopulares, como privatizações e desvinculações, coloca em risco não apenas a saúde fiscal do país, mas também sua imagem perante investidores internacionais.

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