As desistências dos candidatos Boulos, Datena e Nunes de não participarem do debate da revista Veja sobre os projetos da prefeitura de São Paulo por “briguinhas” de egos com Pablo Marçal vai trazer muito prejuízo para os faltantes. Um descaso com o eleitor paulistano
Depois de Pablo Marçal destroçar os oponentes, principalmente Boulos que quase teve uma crise histérica ao ver uma Carteira de Trabalho nas mãos de Marçal, com verdades que ninguém imaginava, Nunes e Datena, o eterno concorrente que afina na final e desiste, também resolveu desistir de enfrentar o cara.
Para a Revista veja, conceituadíssima, e que havia alardeado aos quatro cantos a presença confirmada dos candidatos, isso ficou muito ruim. Pegou mal.
Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB) e Ricardo Nunes (MDB) decidiram não participar nesta segunda-feira (19) do debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo promovido pela revista Veja e a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).
A decisão das campanhas de não comparecer ao encontro aconteceu na noite deste domingo (18), sem que muitos detalhes fossem dados sobre os motivos da desistência. Mas no fundo se sabe que marçal não tem compromisso com a mentira e falar verdades na cara dos concorrentes, para ele, não é nada demais. Segundo Marçal, ele não depende do Sistema para se eleger.
Confirmo, mas não vou
A Veja informou, por nota, que “as assessorias dos candidatos Guilherme Boulos e Ricardo Nunes formalizaram presença no debate nos dias 23 de julho e 24 de julho, respectivamente”. A publicação informou que “só anunciou a confirmação dos dois candidatos após ter recebido essa formalização” (veja íntegra abaixo). Na última quinta-feira (15), a revista havia divulgado para a imprensa dizendo que todos os principais candidatos tinham confirmado presença no debate, que será às 11h.
Oficialmente, as campanhas alegam que os candidatos ausentes já tinham outros compromissos agendados para o mesmo horário. O g1 apurou com as campanhas que a revista se antecipou e anunciou sem a confirmação oficial dos partidos.
A Veja informou, por nota, que “as assessorias dos candidatos Guilherme Boulos e Ricardo Nunes formalizaram presença no debate nos dias 23 de julho e 24 de julho, respectivamente”. A publicação informou que “só anunciou a confirmação dos dois candidatos após ter recebido essa formalização” (veja íntegra abaixo).
Os coordenadores de campanha alegam também que a falta de controle dos organizadores dos debates sobre o comportamento do candidato Pablo Marçal (PRTB) foi o principal motivo dos cancelamentos de última hora.
Os coordenadores de campanha alegam também que a falta de controle dos organizadores dos debates sobre o comportamento do candidato Pablo Marçal (PRTB) foi o principal motivo dos cancelamentos de última hora.
Em agenda na Zona Leste durante a manhã, José Luiz Datena também justificou a ausência no debate da Veja por “estratégia de campanha” e pela “verdadeira palhaçada” dos últimos dois encontros entre os candidatos, segundo ele.
“É estratégia de Marketing e de Campanha. São muitos debates e a gente vai escolher, a equipe vai escolher os debates em que nós vamos e, cá entre nós, pra ir em debate que nem nesses últimos, que foi uma verdadeira palhaçada, onde você não ouviu proposta nenhuma e ficar ouvindo brigar desse ou daquele lado, não me interessa participar desse tipo de debate”, disse o apresentador (veja vídeo acima).
“Sinceramente, eu comecei agora a minha carreira política, participei de um debate só e pretendo aprender a participar do debate pra passar as nossas propostas de campanha. Mas como é que você vai passar proposta de campanha com gente saindo na porrada e o baixo nível terrível do debate? Então, isso vai ser escolhido pela campanha. E acumulou agenda, eu preferi vir aqui hoje”, afirmou Datena.
Convite de última hora
O convite de última hora da Veja para que a candidata Marina Helena (Novo) participasse do encontro desta segunda (19) também foi motivo de controvérsia entre os desistentes.
Eles afirmaram que a Veja não havia incluído a candidata na ata da reunião de organização com os partidos. O nome de Marina Helena também não apareceu no release distribuído pela revista na quinta (15).
O g1 procurou a organização do debate da Veja para falar desse suposto convite de última hora. A revista afirmou que “convidou para o debate realizado nesta segunda (19) os seis primeiros colocados nas pesquisas para a candidatos à Prefeitura de São Paulo”.
Apesar das três ausências, o debate da publicação com a ESPM aconteceu com os demais candidatos convidados: Tabata Amaral (PSB), Marina Helena (Novo) e Pablo Marçal (PRTB).
No início do encontro, entretanto, a Veja leu uma nota pública em que diz que seis candidatos foram convidados, mas parte deles não aceitou e as cadeiras ficariam vazias durante o evento.
“Todos os candidatos aceitaram participar. Pelas regras estabelecidas, os espaços vazios de Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL) e José Luís Datena (PSDB) marcam a falta daqueles que, em desrespeito aos eleitores de São Paulo, não apareceram hoje para democraticamente debater com os adversários e apresentar suas propostas para a cidade”, afirmou a apresentadora Marcela Rahal, mediadora do debate.
Entre os três candidatos desistentes, apenas José Luiz Datena (PSDB) ainda não tinha confirmado presença oficialmente, segundo o comunicado da Veja para a imprensa.
O mau desempenho dele nos últimos debates, em que não soube controlar os tempos de pergunta e resposta, deixou o candidato do PSDB inseguro sobre participações em novos debates, segundo interlocutores tucanos.
‘Vale tudo e jogo rebaixado’
Na sexta-feira (16), ao dar a largada da campanha no bairro onde mora, na periferia da Zona Sul de São Paulo, o candidato do PSOL, Guilherme Boulos, havia comentado que não iria “cair em jogo rebaixado de quem quer fazer da eleição um vale tudo”, ao ser questionado sobre as insinuações de Pablo Marçal contra ele.
“A nossa campanha quer fazer com que a periferia volte a ter prioridade na cidade de São Paulo. É uma campanha que entende que enfrentar as desigualdades é bom pra cidade toda. O que a gente viu, lamentavelmente nos dois debates que tiveram até aqui, foi uma tentativa de rebaixamento, do uso de mentiras para evitar o debate de propostas. Eu vou seguir nos debates apresentando propostas e aquilo que as pessoas querem saber: falar sobre o Poupatempo da Saúde pra reduzir fila de exame, do que a gente vai fazer no transporte público”, afirmou. Mas ninguém engoliu.
“Não vou cair em jogo rebaixado de quem quer fazer da eleição um ‘vale tudo’. De quem quer ‘rolar na lama’. Eu e a Marta não estamos nessa campanha pra isso”, completou Guilherme Boulos.
Bom, vamos aguardar…quem perde, na verdade, são os frouxos que não enfrentam um debate democrático e que sempre estiveram acostumados a jogar nas costas dos eleitores suas conversinhas. Outubro dará a resposta.
Da redação com informações G1