Ex-ministro dos governos Lula e Dilma compara 8 de janeiro à invasão do MST à Câmara em 2006

Ex-ministro dos governos Lula e Dilma Rousseff, Aldo Rebelo comparou nesta quarta-feira os ataques antidemocráticos do oito de janeiro a uma invasão promovida pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) à Câmara dos Deputados em 2006. A invasão do MST, à época, deixou mais de vinte feridos.

— Eu era presidente da Câmara quando houve uma invasão, depredação, quebraram tudo. Dei voz de prisão aos invasores. Eles foram recolhidos, mas eu nunca chamei eles de terroristas ou disse que eles queriam dar um golpe de estado. Eu vejo o oito de janeiro como um movimento de desespero que merece punição — disse Rebelo, no dia em que os ataques completam dois anos.

O ex-ministro afirmou ainda que o único golpe que existiu no país foi a ditadura militar. Segundo ele, naquela conjuntura, havia apoio dos meios de comunicação, das forças armadas e da classe política, condições que não seriam as mesmas de 2023.

Nesta quarta-feira, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou que foi convidado para a posse do presidente americano Donald Trump, mas para viajar depende de autorização do Supremo Tribunal Federal (STF). Aldo Rebelo, neste contexto, criticou a retenção do passaporte do ex-presidente Jair Bolsonaro:

— Acho que esse risco (de fuga) não existe. Então porque o Supremo mantém o confisco do passaporte? A não ser pela exibição de força de uma instituição diante de outra, que é a política — afirmou.

Rebelo está hospedado na pousada de Gilson Machado, a Villas Taturé, localizada em São Miguel dos Milagres, em Alagoas. Esta não é a primeira vez que Rebelo se aproxima do bolsonarismo. Em novembro passado, o ex-presidente o elogiou durante entrevista ao canal AuriVerde Brasil e disse que gostaria de tê-lo como ministro, caso fosse eleito novamente.

Em maio, o ex-ministro lançou um livro em Brasília e o ex-presidente esteve na sessão de autógrafos.

Ex-aliado do PT, Rebelo foi secretário de Relações Internacionais na prefeitura de São Paulo, hoje comandada por Ricardo Nunes (MDB) até julho, quando deixou a pasta para trabalhar na campanha de reeleição do prefeito.

No primeiro mandato do presidente Lula (PT), entre 2004 e 2005, o político exerceu o cargo de ministro-chefe da Secretaria de Coordenação Política e Assuntos Institucionais. Quando Dilma assumiu o poder, voltou ao governo federal e chefiou três pastas diferentes ao longo dos seis anos — foi ministro do Esporte, da Ciência e Tecnologia, e da Defesa.

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