Brasil manda generais morarem na China

Em um movimento sem precedentes na diplomacia militar brasileira, o governo Lula oficializou, por meio do Decreto nº 12.480 de 2 de junho de 2025, o envio de dois oficiais generais — um do Exército e outro da Marinha — para residirem permanentemente em Pequim como adidos de defesa, acompanhados por três oficiais superiores. A decisão, publicada pela Revista Sociedade Militar, marca uma ruptura com a tradição de alinhamento militar com os Estados Unidos, onde o Brasil realizou 74 exercícios conjuntos entre 2018 e 2025, superando qualquer outro parceiro. A nomeação de generais para a China, algo nunca feito nem com aliados históricos como a Inglaterra, é vista como um gesto de aproximação estratégica com o regime de Xi Jinping, reacendendo tensões no tabuleiro geopolítico da nova guerra fria.

A medida provocou forte repercussão em Washington, onde analistas e diplomatas interpretam o reforço da presença militar brasileira em Pequim como um desafio à influência americana na América Latina. Em 17 de julho, o senador republicano Tom Cotton, presidente do Comitê de Inteligência do Senado, propôs uma investigação da CIA sobre o avanço chinês no agronegócio brasileiro, sinalizando possíveis retaliações comerciais ou diplomáticas. O contexto é agravado pela escalada de tarifas impostas por Donald Trump, que elevou taxas sobre produtos brasileiros em até 10%, enquanto a China respondeu com barreiras de 84% aos EUA. Para especialistas, o Brasil, ao se posicionar mais próximo de Pequim, arrisca se tornar um alvo em meio à guerra comercial e tecnológica entre as superpotências, especialmente após gestos como a adesão ao BRICS e estudos para um “GPS brasileiro”.

A decisão brasileira, embora simbólica, carrega peso estratégico e levanta questionamentos sobre as intenções de longo prazo do governo Lula. Críticos, como os colunistas da Revista Oeste, apontam que a aproximação com a China reforça a percepção de uma guinada ideológica, com possíveis implicações para a soberania nacional e a economia, dado o avanço chinês em setores como o agronegócio. Enquanto isso, o governo brasileiro mantém silêncio sobre eventuais contrapartidas da China, mas a manobra já alimenta debates internos no Congresso, onde parlamentares de direita consideram tarifas retaliatórias aos EUA. No xadrez global, o Brasil parece buscar um equilíbrio arriscado, navegando entre a pressão americana e a sedução chinesa, em um momento em que a nova guerra fria testa lealdades e redefine alianças.

Fonte: Revista Oeste

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