Governo copia estratégia digital adotada por João Campos e aposta em mensagens diretas para carimbar paternidade de programas do governo federal
Em uma ofensiva para frear a queda de popularidade, o governo Lula aposta agora no algoritmo. A nova estratégia de comunicação digital, com o uso frequente e direcionado do aplicativo WhatsApp, vem sendo construída para que ministérios enviem mensagens mais diretas à população.
O modelo é inspirado em um “case” de sucesso adotado pela prefeitura do Recife, comandada por João Campos (PSB), aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A abordagem com um toque casual tentará capturar a atenção dos eleitores perdidos de um a dois salários mínimos, que se beneficiam dos programas sociais, mas não se sentem contemplados por iniciativas do governo federal. A intenção é mostrar que as entregas estão sendo feitas pela administração de Lula e, além disso, conquistar apoio da classe média e do público jovem.
Com a nova investida, o presidente procura entrar no mundo virtual da oposição, que domina as redes sociais e ganha cada vez mais adeptos no ataque ao governo. No Congresso, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ironizam o “modo analógico” de Lula, que nem mesmo usa celular.
Agora, os ministérios da Saúde, da Educação e do Desenvolvimento Social começaram a enviar mensagens “personalizadas”, por WhatsApp, para beneficiários de seus programas sociais.
“Temos um sistema de comunicação que é uma via de mão dupla”, disse ao Estadão o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Wellington Dias. “Enviamos mensagens institucionais e oferecemos o telefone 121 para dúvidas e encaminhamentos sobre os 48 programas integrados ao Cadastro Único – onde o Bolsa Família é o principal deles – por meio do WhatsApp ou Call Center”, completou.
ESTADAO