O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) intensifica esforço desesperador para formar alianças visando as eleições de 2026 no Distrito Federal (DF), onde o bolsonarismo mantém forte influência.
Contudo, o grupo de pré-candidatos apoiados por Lula, apelidado de “saco de gatos” devido à sua diversidade ideológica e falta de coesão, enfrenta disputas internas pela preferência do presidente.
Entre os nomes estão a senadora Leila do Vôlei (PDT), Ricardo Cappelli (PSB), aliado de Rollemberg, o ex-deputado Leandro Grass (PT), o ex-senador Reguffe (Solidariedade) e, surpreendentemente, José Roberto Arruda, ex-governador marcado pela Operação Caixa de Pandora.
A estratégia de Lula busca unir a esquerda contra o avanço da direita e do centro, mas a crescente impopularidade do presidente no DF, pode comprometer as chances de vitória frente a nomes como Celina Leão (PP), Ibaneis Rocha (MDB) e Michelle Bolsonaro (PL).
As candidaturas lulistas enfrentam dificuldades internas e externas. Leila do Vôlei busca lacrar uma candidatura ao governo do DF, mas seu real objetivo parece ser a reeleição ao Senado ou uma vaga na Câmara Federal, priorizando manter um mandato.
Ricardo Cappelli, com a boca escancarada cheia de dentes, tenta morder os votos da Segurança Pública, mesmo tendo ele humilhado a PMDF pela sua passagem como interventor das forças de segurança do Distrito Federal por conta dos episódios do 8 de janeiro de 2022.
Leandro Grass atualmente filiado ao PT, tem dificuldades para ser recebido pela “companheirada raiz” que não o engole desde a eleição passada, quando foi derrotado por Ibaneis Rocha (MDB) no primeiro turno.
Aliás, Grass foi o único que se deu bem: ganhou um cargo de presidente do IPHAN.
No mesmo saco de gatos estariam o indeciso e ex-senador Antonio José Reguffe, além do ex-governador Arruda, que anda o DF encangado com Leandro Grass, em busca da reabilitação política com aval dos partidos de esquerda.
Essa colcha de retalhos, envolta da esquerda brasiliense, revela à ausência de um nome forte para contrabalançar o desgaste do governo federal.
Os grupos, colocados em um mesmo saco, vão além das diferenças entre eles: simboliza a queda acentuada na popularidade de Lula e o desgaste do PT no Distrito Federal.
Pesquisas recentes apontam para um cenário de reprovação crescente de Lula. No DF, o quadro é sombrio: a Quaest registrou, em março de 2025, aprovação de apenas 41% e reprovação de 56%, uma queda de 6 pontos na aprovação desde janeiro.
Essa impopularidade de Lula, agravada por questões como a roubalheira contra os aposentados do INSS, contaminou como uma doença contagiosa os aliados locais, tornando o “time lulista” vulnerável em um eleitorado que, em 2022, já rejeitou amplamente o PT no Buriti.
Já no campo da direita, Celina (PP), Ibaneis(MDB) e Michelle(PL) avançam com números robustos nas pesquisas eleitorais para 2026.
Em levantamento do Paraná Pesquisas de agosto, a vice governadora lidera com 37,2% das intenções de voto no cenário estimulado, abrindo 21,2 pontos para o segundo colocado, José Roberto Arruda (16%).
Os dados sinalizam uma trajetória ascendente, ancorada na aprovação de 62% da gestão de Ibaneis em março de 2025.
A ex-primeira-dama tem 36% de intenções de voto, enquanto governador Ibaneis Rocha aparece com 35,6% na disputa ao Senado pelo Distrito Federal em 2026.
Os dados foram divulgados pela Paraná Pesquisas no último dia 4.
Esses percentuais, bem acima dos nomes lulistas, indicam que a força eleitoral da direita, impulsionada pelo legado de Jair Bolsonaro, deve superar facilmente à esquerda no DF.
Em resumo, o “saco de gatos” apoiado por Lula no DF será apenas um inofensivo saco de miados”.
RadarDF