**Por Nikolas Ferreira
Enfrentando um processo de cassação por expulsar uma pessoa a chutes da Câmara dos Deputados, o deputado federal Glauber Braga (PSOL) anunciou que faria uma greve de fome até a decisão final sobre a manutenção – ou não – do seu mandato. Hoje, o psolista se diz perseguido e injustiçado, mas o que será que ele fez no verão passado?
Assim como toda a esquerda, Glauber foi mais um a pedir e comemorar a cassação de diversos parlamentares de direita, inclusive eu. Um dia após o meu discurso em defesa das mulheres, no dia 8 de março de 2023, Glauber Braga fez uma postagem em sua conta no X pedindo que eu sofresse punições simplesmente por exercer o meu direito de falar. ”Que seja devidamente responsabilizado e que a turma do ”deixa disso” não prevaleça. É sem passada de pano”, afirmou o psolista. Nada como um dia após o outro.
Não para por aí. Fazendo uma pesquisa rápida no perfil do companheiro de Sâmia Bomfim, é possível ver pedidos de cassação dele e de seu partido, desde Eduardo Cunha em 2016, passando pelos filhos de Jair Bolsonaro em 2019 e 2020, até chegar no próprio Jair em 2021.
Na lista também há a deputada Carla Zambelli, a senadora Damares Alves, a comemoração da cassação de Deltan Dallagnol e por aí vai.
Pelo histórico, nem parece que o mesmo que fez tudo isso hoje se vitimiza para não perder o seu mandato
Em uma entrevista recente, reafirmei que, diferente da esquerda, jamais pedirei a cassação de algum parlamentar, seja ele de direita, esquerda ou centro, por suas palavras enquanto político.
Os progressistas, que agora pedem proporcionalidade na punição de um aliado que agrediu uma pessoa, são os mesmos que se calaram quando o vice-presidente do PT, Washington Quaquá, agrediu um opositor e depois se dirigiu a mim com xingamentos homofóbicos.
Não condenaram um aliado que confessou ter feito ”rachadinha” e que agora está sendo acusado pela ex-namorada de chantagem com fotos íntimas. Se, por muito menos, qualquer um de direita já é perseguido, imagina se algo parecido acontecesse do lado de cá?
Glauber está em uma situação melhor do que a população dos regimes ditatoriais que ele e seu partido defendem. Acampado de forma improvisada na Câmara dos Deputados, sob a refrigeração de ar condicionado, e com médico e enfermeiro disponíveis para acompanhar sua saúde.
Uma coisa não podemos negar, pelo menos há uma certa coerência em greve de fome de esquerdista. Passar fome representa muito bem o socialismo que eles defendem.
Conteúdo editado por: Aline Menezes
(**) Nikolas Ferreira de Oliveira é natural de Belo Horizonte, tem 27 anos e é formado em Direito pela PUC Minas. Foi vereador na capital mineira e nas eleições de 2022 disputou uma vaga para a Câmara Federal, tornando-se o deputado mais votado do país e alcançando a maior votação da história de Minas Gerais, com 1.492.047 votos. É autor do best-seller O Cristão e a Política, de 2022, livro inspirado nas palestras que ministrou no Brasil, Estados Unidos e Europa. **Os textos do colunista não expressam, necessariamente, a opinião da Gazeta do Povo.