Por que a esquerda quer acabar com a Canção Nova?

Por Paulo Briguet – Gazeta do Povo

“Cantai ao Senhor um canto novo, porque Ele operou maravilhas!”

(Salmo 97)

O Ministério Público de São Paulo pediu uma intervenção na Comunidade Canção Nova, fundada há 47 anos pelo Padre Jonas Abib (1936-2022). O objetivo da ação, segundo o MP, é “laicizar” a Fundação João Paulo II, mantenedora da Canção Nova. Trata-se de uma ameaça direta à maior força de comunicação evangelizadora do Brasil, que leva a palavra de Deus e a mensagem de Cristo a milhões de pessoas.

“Laicizar” a Canção Nova equivale a transformá-la em outra coisa, ou seja, destruí-la. Profeta de nosso tempo, o Padre Jonas — que iniciou a Comunidade em 2 de fevereiro de 1978, ao lado de apenas 12 missionários — por diversas vezes advertiu que as perseguições viriam. Há 21 anos, ele disse em uma pregação na sede da Canção Nova:

“Quando Jesus estiver vindo, Satanás vai destruir o império que ele mesmo construiu. Ele construiu esse império dizendo que traria a solução para as finanças, para o desemprego, para a alimentação, para a educação, para a saúde. Tudo mentira! Ele vai construir esse império dizendo que as religiões têm atrapalhado, que as religiões vivem brigando, que as religiões causam as guerras. Para solucionar isso, o Anticristo vai defender o pacifismo e criará uma religião única, que todo mundo aceite, para que um aceite o outro como é, para que tenhamos paz. Só é que tudo engano. Ele vai enganar o maior número de pessoas, tirando as pessoas de Cristo, tirando as pessoas da Igreja. Para que isso não aconteça, o Senhor nos escolheu. E escolheu esses meios potentíssimos: o rádio, a televisão, a internet, os encontros que fazemos. Nos tempos de Noé, Deus fez de tudo para que as pessoas despertassem, as pessoas não quiseram saber. Fecharam os olhos e taparam os ouvidos. E o que aconteceu? Só Noé e sua família se salvaram. É o que está acontecendo. Muita gente, até mesmo na Igreja, está fechando os olhos e tapando os ouvidos. Mas nós somos insistentes, porque o Senhor é teimoso e nós seremos teimosos também, para esclarecer o maior número de pessoas. Nossa pregação não é apenas teórica, ela é prática. Nós vamos construir a Arca e trazer as pessoas para dentro da Arca”.

A Arca construída pelo Padre Jonas é vista como uma afronta aos que só adoram os poderes deste mundo. Não é por acaso que, sobretudo nos últimos tempos, os habitantes da Arca vêm sendo atacados.

Lembram-se da censura ao Frei Gilson, que reúne milhões de pessoas em suas pregações e jornadas de oração? Lembram-se do indiciamento do Padre José Eduardo e da citação de Padre Paulo Ricardo e do mesmo Frei Gilson no inquérito do “golpe”?

Lembram-se da influenciadora católica cancelada por criticar um padre da Teologia da Libertação? Lembram-se da militância esquerdista atacando a CN por sua parceria com a produtora Brasil Paralelo? Lembram-se da cantora evangélica denunciada por trocar o nome de Iemanjá pelo de Jesus? Eles nos odeiam. Eles odeiam a Arca. Eles odeiam Cristo.

A destruição da Canção Nova é um item fundamental na agenda revolucionária que a esquerda pretende implantar no Brasil

Cristianismo bom, para o regime PT-STF, é cristianismo domesticado, servil ao poder estatal, omisso diante da ditadura. E a Canção Nova é o oposto disso. A esquerda, por meio da famigerada teologia da libertação, braço do movimento comunista, domina amplos setores da Igreja Católica no Brasil.

Hoje a TL é quem dá as cartas na CNBB e na mais importante Arquidiocese brasileira. A mera existência de uma rede de comunicação não controlada pelos socialistas-comunistas é vista como um perigo. Por isso, a esquerda precisa “laicizar” a Arca do Padre Jonas. Eles aprenderam, com Nietzsche, que “só se vence aquilo que se substitui”.

A ideia de que a única Igreja tolerável é aquela controlada pelo governo possui suas raízes históricas no movimento revolucionário. Em 1790, a Assembleia Nacional da França aprovou a chamada Constituição Civil do Clero, pela qual todos os padres eram transformados em funcionários públicos e deviam jurar fidelidade, não à Igreja, mas ao Estado.

Isso causou uma onda de perseguições e matanças que culminaria na Guerra da Vendeia (1793-1794), o primeiro genocídio da era moderna, com cerca de 300 mil cristãos massacrados.

Na Rússia soviética, o ditador Vladimir Lênin, fiel ao mandamento de Marx e Engels no “Manifesto Comunista” — “Confiscarás os bens de emigrados e rebeldes” —, escreveu aos seus companheiros bolcheviques em 19 de março de 1922, durante a primeira grande fome soviética, que vitimou 5 milhões de almas:

“É agora e somente agora o momento em que podemos (e, por conseguinte, devemos) confiscar os bens da Igreja, com uma energia feroz, impiedosa. (…) Quanto maior for o número de representantes do clero e da burguesia reacionária forem executados, melhor será para nós. Devemos dar, imediatamente, uma lição a todas essas pessoas, de tal modo que eles nem sequer imaginem qualquer tipo de reação em várias décadas”.

A intervenção dos comunistas na Igreja Ortodoxa Russa foi de tal ordem que até hoje, sob Vladimir Putin, a cúpula ortodoxa é constituída de agentes da ex-KGB (atual FSB). É esse o destino que os atuais donos do poder querem para a Igreja Católica no Brasil.

A esquerda quer destruir a Canção Nova porque seus líderes sabem que a Igreja de Cristo é a única força capaz de vencer o projeto de poder distópico que está sendo implantado por eles.

Padre Jonas, rogai por nós. Iremos até o fim na defesa do seu legado.

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