Por: José Aparecido Ribeiro – Jornalista
Obediente, a imprensa se alinha para sustentar a narrativa do “golpe”, mas eis que surge um “Davi” para enfrentar o Golias justiceiro do STF
A palavra “golpe” veio estampada em todas as manchetes da mídia nacional na manhã desta sexta-feira (9) véspera do carnaval de 2024. Me fez lembrar que a mesma palavra serve a propósitos diferentes, como dos tempos do impeachment da ex-presidente Dilma Roussef e do período colonial brasileiro, quando a Coroa Portuguesa mandou esquartejar e exibir em praça pública os pedaços do cadáver de Joaquim José da Silva Xavier, faltou combinar o modelo das letras e a cor, o discurso foi o mesmo.
Alguns jornalistas maledicentes não conseguem se conter, sentem orgasmos múltiplos precoces que com a possibilidade cada vez mais cristalina de prisão do ex-presidente “líder de quadrilha de conspiradores”. (Cuidado para não confundir, com o atual). A maioria dos âncoras já não conseguem esconder no tom carregado da voz a euforia estampada nos semblantes, eles esquecem que o corpo fala. Regozijam-se da notícia como se o fato já tivesse sido consumado e não houvesse um processo a ser cumprido, em que pese o algoz ser delegado, promotor, juiz e executor da sentença de morte.
A “descoberta” é gravíssima, a democracia esteve em risco nos últimos 4 anos, um plano sórdido foi desvendado pelos brilhantes policiais da sacrossanta polícia federal, à mando do maior defensor do Estado Democrático de Direito, sua Alteza Suprema, quase santa, o super Ministro – AM.
O país parou estarrecido, estamos todos perplexos com a grande descoberta. Uma forca já está sendo providenciada para ser montada na Praça dos Três Poderes em Brasília, com direito a banda de música, rajadas de metralhadoras, tiros de canhão e voos rasantes, tudo para preparar o espetáculo que vai trazer a paz novamente ao país: O enforcamento dos conspiradores.
Declarações efusivas do mais santo de todos os políticos da história do Brasil, um ex-presidiario condenado em 4 instancias, confirmam o que todo bom jornalista já sabia: O “Coiso” é o líder da conspiração e o deve ser sacrificado exemplarmente de preferência na presença dos radicais que o defendem, gente que deveria ser presa e enforcada juntamente com o seu líder, todos defensores do “golpe”, 70 milhões de “coisinhos’…
O “golpe” inaceitável que as probas “instituições” democráticas, lideradas por homens de bem, comprometidos com a verdade, conseguiram barrar sugere uma condenação exemplar, com direito a guilhotina e enforcamento. O que a PF encontrou não deixa pedra sobre pedra, não tem como escapar do cadafalso. O inquisidor mór Sua Excelência Real Tomáz de Torque moderno, deverá dar a sentença diante do holofotes da imprensa, e aplausos de jornalistas comprometidos com a verdade dos fatos. Algo espetacular que será um divisor de águas na história nacional.
Mutates mutantes, é a segunda vez que a imprensa brasileira se alinha em uníssono numa narrativa ensaiada para cumprir o seu papel em um plano sórdido de tomada do poder e imposições ao povo. A primeira, foi para sustentar o “fica em casa”, garantindo o terror necessário que subjuou milhões de pessoas, permitindo que os planos de vacinação em massa ocorresse com experimentos gênicos que estão matando inocentes incautos. Nada disso teria acontecido se não fosse a maldade de jornalistas e políticos de esquerda que atacaram médicos que contestaram e apresentaram alternativas de tratamento que teriam poupado milhares de vidas.
Agora é para aniquilar o “bolsonarismo”, e os planos da direita que preparou um massacre nas urnas municipais, aquelas invioláveis, lembra? Até a tiazinha que não assiste mais a novela daquela emissora LIXO e que esteve na porta do quartel pedindo intervenção militar, voto auditável, amanheceu vacilante, está cabisbaixa, tamanho o coro midiático ensaiado, em verso e prosa, pelo jornalismo militante. O processo mal foi instaurado, e a sentença de morte já foi proferida pelo repórteres autômatos. Os mesmos que relativizam os fatos quando lhes convém, como o descondenamento de um malandro para presidente.
O Davi dos tempos modernos
Sozinho, como um suicida, eis que surge no horizonte um ex desembargador corajoso em “sem juízo”, apontando o dedo para o Golias da justiça, o semideus intocável que flutua acima da Constituição, destemido, pernóstico e arrogante, ele lá em cima, sustentado pelo sistema, e o tal velhinho cá embaixo, fazendo lembrar do Davi, com a sua “Funda”, – a Constituição. O “incomodo” Davi responde pela alcunha de Sebastião Coelho. Tem a seu favor o conhecimento, a fé inabalável em Deus e uma dose cavalar de coragem, virtude que 70 milhões de brasileiros trocaram pelos arroubos nos grupos de WhatsApp, INÚTEIS, onde as personalidades e o caráter são escancarados, mostrando nossa pequenez e desarticulação enquanto sociedade organizada.
Sebastião até aqui foi o único com coragem para desafiar os panzers da justiça, protegidos por viatura pretas de siglas douradas, semelhantes a da SS de Hitler (qualquer verossimilhança não é mera coincidência). O velhinho atrevido desafia o STF, e, a um dia respeitada Polícia Federal, usando apenas a Constituição, por meio de argumentos limpos, verdadeiros e irrefutáveis.
O bom samaritano Coelho desconstruiu em alto e bom som o que centenas de jornalistas obedientes do consórcio tentam aos trancos e barrancos sustentar com o contorcionismo desleal ao princípio deontológico da profissão e total desconhecimento das Leis, coisa de gente das trevas, que empresta o talento para maledicências. Prestarão conta com Deus.
A conversa FIADA de que o ex presidente tentou um golpe, e não um contra golpe, é mais um armação do sistema para tentar influenciar o povo a aceitar um presidente que não representa o povo, que é impopular, inconsequente, desequilibrado e que não ganhou nas urnas, mal pode botar o nariz para fora do Palácio da Alvorada para não ser vaiado e agredido. Um indivíduo que rumina e que foi condenado por centenas de juízes, e descondenado por um comparsa. Isso sim é uma quadrilha que conspira contra a democracia e precisa ser presa, estirpada da vida pública.
A Constituição tão maltratada por quem diz defendê-la, prevê mecanismos que permitem ao presidente da República conversar sobre as alternativas capazes de evitar desastres como o que assistimos em 2022 ao permitir que por obra de verdadeiros conspiradores, um ladrão fosse descondenado e alçado à fórceps ao cargo de presidente da República.
Conversar sobre GLO, ESTADO DE SITIO, ARTIGO 142, etc não é proibido, ao contrário é recomendável quando planos de tomada do poder na fraude, estão em curso. Erraram sim em não agirem com a destreza que se espera de líderes que defendem a democracia. Pecaram por excessos de respeito ao adversário. Não imaginavam que ele fosse capaz de atropelar tudo e todos pelo poder. Para eles, os fins justificam os meios. São bandidos travestidos de democratas.
Vacilaram no time, e não por acaso serão massacrados se não houver reação popular, recomendada pelo “Davi” que se incorpora na figura de Sebastião Coelho. Com efeito, os crápulas que tomaram o poder não devem esquecer de um detalhe, o povo já não aguenta mais tanta farsa e tanta mentira. Quando ele explode, não tem PF, PM, Marinha, Exército, Aeronáutica e nem semideuses arrogantes que segurem. Nesta toada, o Brasil caminha a passos largos para uma guerra civil.
José Aparecido Ribeiro é Jornalista, licenciado em Filosofia.