Até a tarde da última terça-feira (16), o Brasil registrava 364.855 casos prováveis da doença, com 40 mortes e 265 óbitos sob investigação
Em entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira (17), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou que a vacina contra a dengue não deve ser vista como um “instrumento mágico” para combater a doença.
Até a tarde da última terça-feira (16), o Brasil registrava 364.855 casos prováveis de dengue, com 40 mortes e 265 óbitos sob investigação.
“A vacina não deve ser vista como um instrumento mágico, como nós dizemos. Porque precisa de duas doses e intervalos de três meses. Além do que já foi amplamente divulgado, que, neste momento, a oferta do laboratório é restrita. Portanto, não nos dá condição de uma vacinação mais ampla”, disse a ministra.
“A gente não pode vender uma ilusão”, comentou a titular da pasta, ressaltando, em seguida, que “a vacina é um instrumento muito importante e muito sério”.
Segundo a ministra, o início da vacinação “vai nos permitir, em um esforço nacional, ter possibilidade de transferência de tecnologia e mobilizar a capacidade de produção nacional para aumentar rapidamente [o número de doses disponíveis]”. “Mas isso não se faz do dia para a noite. Está em estudo e rapidamente nós vamos ter uma conclusão sobre essa possibilidade de ampliação. Antes disso, vamos começar a vacinar dentro das regras que foram divulgadas”, complementou.
Calendário de vacinação
Nísia Trindade afirmou que, “em breve”, o ministério irá iniciar a divulgação do calendário de vacinação contra a dengue. Segundo a titular da pasta, porém, será um calendário “parcial”, “porque não recebemos todas as doses”.
“Estamos finalizando esse processo para poder divulgar com segurança e, com isso, respeitando as dinâmicas de cada município. São os municípios que fazem o calendário de vacinação. O que nós vamos estar apresentando é um calendário inicial de distribuição [das doses]”.
O ministério já havia divulgado que a vacinação começaria em fevereiro, mas não fixou uma data. O imunizante será enviado para 521 municípios de regiões endêmicas, incluindo 16 estados e o Distrito Federal. Clique aqui para ver a lista completa das cidades.
Ampliação da faixa etária
A ministra destacou que a pasta está apoiando pesquisas para aumentar a faixa etária para aplicação do imunizante. Inicialmente, foi definido que a prioridade para a vacinação são crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, que é o grupo que, segundo o ministério, concentra o maior número de hospitalizações por dengue.
“É muito importante a população saber que nós estamos apoiando pesquisas que possam ajudar a ver se é viável ampliar a faixa etária”, explicou a ministra, dizendo que esse mesmo procedimento foi feito com as vacinas contra a Covid-19.
Além das pesquisas laboratoriais, Nísia destacou que serão feitos os chamados estudos observacionais. “Vai começar a ser feito tão logo a vacina comece a ser aplicada. Ou seja, acompanhar a vacina no mundo real, como dizendo, e ir vendo, realmente, o quanto ela está impactando em reduzir agravamentos de casos e hospitalizações.”
“Então, nesse momento, nossa mensagem principal é prevenir e cuidar”, complementou Nísia.