Audiência na Câmara com ministro dos Direitos Humanos é marcada por polêmicas
As comissões de Fiscalização Financeira e Controle e de Segurança Pública da Câmara dos Deputados realizaram audiência nesta terça-feira (5) com o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. O debate foi convocado por nove deputados da oposição, que questionaram o ministro sobre a presença de Luciane Barbosa Farias, esposa de um suposto líder do Comando Vermelho, em reunião no ministério.
Luciane Barbosa foi recebida em maio pela coordenadora de gabinete da Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos. Ela também participou de encontro sobre combate à tortura promovido pelo Ministério dos Direitos Humanos, em Brasília, no mês passado, e teve passagens e diárias pagas pelo governo.
O deputado Marcos Pollon (PL-MS) afirmou que, segundo nota do ministério, “todos os convidados [do encontro] tiveram suas passagens e diárias custeadas [com dinheiro público]”.
Durante a audiência, o ministro Silvio Almeida foi criticado por deputados da oposição, que o acusaram de “desrespeitar o parlamento” e de “defender criminosos”.
Uma das mais acirradas discussões foi entre o ministro e o deputado Kim Kataguiri (União Brasil-SP). Almeida acusou o MBL de “desestabilizar a democracia brasileira” e prejudicar o debate.
Kataguiri rebateu as críticas, afirmando que “o governo que vossa excelência faz parte teve diversos membros condenados por implementar uma ditadura da propina em relação ao Congresso e solapar nossa democracia”.
A deputada Bia Kicis (PL-DF), presidente da comissão de Fiscalização Financeira e Controle, precisou intervir e chamou a atenção de Silvio Almeida após ele, ao responder Kataguiri, fazer críticas à “extrema direita”.
O debate terminou sem que houvesse um consenso entre os parlamentares. A oposição segue questionando a atuação do ministro dos Direitos Humanos e cobrando explicações sobre a presença de Luciane Barbosa Farias no ministério.