Parlamentar afirmou que militar teria entregue manifestantes bolsonaristas para serem presos
O senador catarinense Jorge Seif Junior (PL) chamou de covarde o general Gustavo Henrique Dutra de Menezes nesta quinta-feira (14), ocasião em que o militar prestava depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro. O parlamentar fez também outras ofensas enquanto parecia chorar após ter pedido a exibição de um vídeo sobre manifestantes bolsonaristas presos.
— O senhor é um covarde, o senhor presta continência para comunista. E o senhor hoje serve a um ladrão, o senhor traiu o seu povo. O senhor tinha todas as condições de desmobilizar os acampamentos e não o fez, para deixar depois o [ministro da Justiça e Segurança Pública] Flávio Dino… vocês não desmobilizaram, mas depois que virou o governo, para adular esse governo de ladrão, de desgraçados, que arruinaram o nosso país, e vão arruinar de novo, o senhor encaminha senhoras e senhores, famílias e crianças para serem presos e agora terem pena. Covarde — afirmou.
O senador catarinense foi então interrompido em sua fala pelo presidente da CPMI, o deputado federal Arthur Maia (União Brasil-BA), que pediu a ele para cessar as ofensas. Seif retomou a fala dizendo que, “por falta de coragem”, o general havia escolhido um lado errado na ocasião dos ataques.
Quem é o general
O general Dutra de Menezes é ex-chefe do Comando Militar do Planalto. Ele é investigado em um inquérito sobre possível negligência ou omissão diante dos ataques às sedes dos Três Poderes e no desmonte de um acampamento de bolsonaristas em frente ao Quartel General do Exército em Brasília.
Seif acusou o general de ter entregue pessoas inocentes à prisão. O militar alegou que, em cumprimento a uma ordem judicial do Supremo Tribunal Federal (STF), a tropa sob sua responsabilidade havia auxiliado as forças de segurança pública e desmobilizarem os manifestantes para uma triagem.
