Por Carlos Graieb
O presidente e seus baba-ovos acham que sua imagem é mais importante do que a posição diplomática do Brasil
Lula insultou os israelenses e judeus em todo o mundo ao dizer que a guerra em Gaza só é comparável ao Holocausto nazista.
Fez a pior analogia que se poderia fazer nesse caso, a mais obtusa e ultrajante, e recebeu uma resposta à altura: foi declarado persona non grata pelo governo de Israel.
Em vez de engolir em seco, uma vez que lançou a primeira pedra, e buscar preservar a posição diplomática do Brasil, o petista agiu como se fosse o monarca francês Luís XIV (“o Estado sou eu”).
No início da tarde desta segunda-feira, 19, ele mandou chamar o embaixador brasileiro em Israel para consulta – gesto que na linguagem da diplomacia põe os países no caminho de uma ruptura.
Ofensas e mentiras
Enquanto isso, gente como Janja, Gleisi Hoffmann e Paulo Pimenta tentava salvar o presidente da sua própria estupidez, dizendo que ele não pretendia atingir o povo judeu, mas apenas o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Ao fazer isso, Janja qualificou o governo israelense de “genocida”. Gleisi chamou Netanyahu de “fascista”. São desagravos histéricos ao chefão petista que, obviamente, não ajudam em nada o Brasil.
Essa linha de defesa também é mentirosa. Se Lula quisesse de fato restringir suas críticas ao governo e a Netanyahu, teria feito isso.
Celso Amorim, o chanceler das sombras do atual governo, demonstrou que também não distingue governo e nação judaica ao cometer o seu próprio ato falho.
Igualmente histérico, disse que declarar Lula persona non grata era “um absurdo” e que a verdadeira persona non grata no cenário mundial “é Israel”.
Não falou de Netanyahu ou seu gabinete, mas de Israel como um todo.
Política externa à beira do abismo
É compreensível que Janja e Gleisi se prostrem diante de Lula. Mas quando um diplomata experiente como Celso Amorim cede ao culto da personalidade e põe o insensato presidente brasileiro no mesmo plano de um país, ele rebaixa o Itamaraty e mostra que a política externa brasileira está à beira do abismo.
O lapso de Amorim revela ainda o que vai pela mente da “esquerda global”. Para eles, o Estado de Israel é uma aberração histórica que precisa ser desfeita.
Lula jamais critica as ditaduras da Rússia, da China, da Venezuela ou da Nicarágua, porque diz que é importante manter os canais de comunicação abertos para poder “promover a paz”. Não hesitou um instante, porém, em dizimar as chances de diálogo com Israel com sua fala desastrosa.
Não há ingenuidade nisso, mas uma escolha e uma preferência. Lula está enganado se acha que as urnas lhe deram o direito de arrastar o Brasil nesse caminho.
O Antagonista