Assessor de Trump diz que Alexandre de Moraes é “a maior ameaça à democracia no hemisfério ocidental”

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), voltou a ser alvo de críticas internacionais após declarações do assessor de Donald Trump, Jason Miller, no X, em 13 de abril de 2025. Miller chamou Moraes de “a maior ameaça à democracia no Hemisfério Ocidental”, citando uma fala irônica do ministro: “Vão começar a dizer que estou perseguindo todo mundo agora”. A tensão remete a 2021, quando Miller, ao visitar o Brasil para a CPAC, foi interrogado por três horas pela Polícia Federal, por ordem de Moraes, em investigações sobre atos antidemocráticos. A postura de Moraes, que acumula decisões como bloqueios de perfis em redes sociais e inquéritos contra desinformação, tem levado setores da direita, no Brasil e no exterior, a acusá-lo de atuar mais como político do que como juiz, personalizando o STF em sua figura.

Recentemente, em entrevista à revista *New Yorker*, Moraes respondeu a ameaças de sanções dos EUA, como a lei Magnitsky, com ironia: “Só ficaria preocupado se um porta-aviões chegasse ao Lago Paranoá”. A fala, em tom desafiador, reforça a percepção de que o ministro adota um papel de protagonista político, confrontando figuras como Elon Musk, Trump e aliados de Jair Bolsonaro. Essa politização, segundo críticos, pode comprometer a imparcialidade do STF. Ao centralizar decisões polêmicas, como inquéritos que investigam adversários políticos, Moraes transforma a Corte em alvo de polarização, arriscando sua credibilidade como instituição neutra e fortalecendo narrativas de que o Judiciário interfere em disputas ideológicas.

A metamorfose de Moraes em figura pública combativa preocupa analistas, que temem danos à reputação do STF. Embora suas ações sejam defendidas por apoiadores como medidas contra ameaças à democracia, a linha tênue entre proteção institucional e ativismo judicial fica cada vez mais difusa. O episódio com Miller e as bravatas sobre porta-aviões mostram que Moraes não recua diante de pressões, mas essa postura pode custar caro à Corte, alimentando desconfiança popular e questionamentos sobre sua legitimidade. Num momento em que o Brasil precisa de equilíbrio, o STF corre o risco de ser visto não como árbitro, mas como jogador no tabuleiro político.

Diário do Brasil Notícias

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