O texto abaixo foi extraído da internet (Redes Sociais). Seu autor é desconhecido e apenas uma inicial (F.J.) o identifica. Trata-se de um desabafo e também um alerta para o momento delicado porque passa a nação brasileira. O texto está replicado em sua total originalidade
Dostoiévski disse: “Eu perdoei aqueles que me arruinaram.” Cioran respondeu: “Por isso eles arruinarão outra pessoa amanhã”.
É exatamente neste abismo entre o perdão e a reincidência que o Brasil acordou hoje: diante da prisão preventiva de Jair Messias Bolsonaro, decretada sob justificativas frágeis, circunstanciais, político-performáticas, e sem qualquer lastro probatório sólido. A decisão revela menos sobre Bolsonaro e mais sobre a deterioração das nossas instituições, que já não são casas da lei — apenas palcos de vontades. A prisão se sustenta em três pilares tão absurdos que fariam corar qualquer estudante de Direito: a suspeita — jamais comprovada — de tentativa de romper uma tornozeleira; a distância da casa de Bolsonaro até a embaixada americana; e uma vigília de oração organizada por seu filho Flávio. Três elementos que, em qualquer país sério, seriam motivo de piada, não de encarceramento. Mas aqui viram “risco à ordem pública”. Aqui viram “ameaça à democracia”. Aqui viram espetáculo.
A escolha do dia 22 não é acidental. É simbólica, é provocativa, é debochada. É a assinatura autoral de um ministro que já não age como magistrado, mas como protagonista político. Um ministro que se comporta com o sadismo de quem não aplica a Constituição — a rasga. De quem não interpreta a lei — a reescreve. De quem não julga — persegue. E se esta prisão causa perplexidade, ela não deveria causar surpresa. Alexandre de Moraes vem escalando abusos há anos, sempre sob o manto de uma retórica vazia: “proteger a democracia”. Democracia que, curiosamente, só parece “ameaçada” quando a opinião, a fé, a bandeira ou o voto vêm da direita.
No entanto, o mais preocupante não é o arbítrio em si, mas a normalização desse arbítrio. A complacência da elite política, que continua falando em “eleição de 2026” como se estivéssemos vivendo normalidade institucional. Não estamos. O Brasil já ingressou no território cinzento — e perigoso — do estado de exceção informal. Prova disso é que o próximo alvo já está anunciado: Flávio Bolsonaro. Ele não é investigado por conduta; é investigado por sobrenome. O sistema está dizendo abertamente: “Você não concorrerá”. E ainda assim, parte da direita se comporta como se estivéssemos discutindo calendário eleitoral, quando deveríamos discutir liberdade. Há quem acredite que basta protestar nas redes sociais para conter o abuso. Há quem ache que basta indignação virtual para segurar a linha. Há quem pense que bandeira americana em manifestação “pega mal”. Depois não entendem quando a cavalaria do norte decide se afastar. Não porque deixaram de gostar do Brasil, mas porque perceberam que o Brasil não parece querer ser salvo.
Bolsonaro, ao contrário do que tentam pintar, não caiu por escândalo de corrupção. Vasculharam sua vida inteira. Entraram nos mínimos detalhes. Examinaram seus passos, seus gastos, seus auxiliares, seus quartos de hospital. Nada encontraram. Nada. Zero. E um homem cuja vida inteira foi devassada sem que se ache um centavo desviado é um perigo — não para o Estado, mas para aqueles acostumados a viver dele. É esse homem, íntegro, que tentam humilhar até o último fio de dignidade. Querem que morra calado. Querem que se desumanize o mito para que sobre apenas o alvo. Mas não há tirania que sobreviva sem silenciar opositores. A história está repleta de exemplos, e todos começam do mesmo jeito: relativizando a liberdade de expressão, de imprensa, de fé, de crítica. O que estamos vivendo não é política; é engenharia psicológica. É pornografia moral. É o uso do aparato judicial para a vingança — nunca para a justiça. É o Estado se tornando arma, e não proteção. E uma vez que a arma é disparada, ninguém controla a trajetória da bala.
O Brasil vive hoje o capítulo mais vergonhoso da sua história institucional. Não porque prenderam um homem, mas porque prenderam um símbolo. Prenderam o Brasil honesto. A parte podre aplaude, chama de “grande dia”, celebra a destruição do adversário. Mas não percebe que está celebrando sua própria ruína. E é curioso: não tenho raiva dos comunistas. Seria como nutrir raiva por cobras ou tubarões. Eles seguem sua natureza. Tampouco tenho raiva de Bolsonaro. Tenho orgulho. Ele foi o único presidente que carregou a pátria como cruz, não como fardo. O único que devolveu senso de pertencimento ao povo.
Minha raiva é direcionada a outra categoria: a legião de ignorantes pretensiosos que o cercou. Aqueles que falavam em xadrez 4D, mas viviam correndo no tabuleiro da covardia. Aqueles que acreditavam que bajular a imprensa hostil traria paz. Aqueles que confundiram poder com vaidade. O resultado está aí: deixaram o herói exposto. Deixaram-no sem escudo. Entregaram-no nas mãos dos que sempre o odiaram. E agora fingem surpresa diante da inevitável perseguição. É a crônica de uma morte anunciada.
Mas é na injustiça que o arquétipo do herói se completa. Campbell dizia: “É na noite escura da alma que o herói é formado.” A história registra: Jesus, Gandhi, Martin Luther King — nenhum foi poupado pela crueldade dos poderosos. A injustiça é o vaso onde a coragem é temperada.
E assim, neste 22 de novembro de 2025, o sistema ofereceu a Bolsonaro algo que só os grandes recebem: a chance de morrer herói. Não morrer fisicamente — morrer no sentido simbólico, como morrem aqueles que são crucificados pela injustiça e ressurgem pela memória. Enquanto isso, nos bastidores, ironias se acumulam. O ministro que Bolsonaro escolheu como “terrivelmente evangélico”, aquele que deveria ser guardião da verdade, estava sorrindo, celebrando, cumprimentando o advogado do regime que agora persegue o homem que o indicou. Pedro e Judas caminham sempre lado a lado.
Mas é assim que a história funciona. É assim que mitos surgem. Entre traições e lealdades, entre espinhos e cicatrizes, entre açoite e esperança. O herói nasce quando o mundo se volta contra ele — e ele permanece de pé. Hoje, Bolsonaro está sendo deformado pelo fogo. Mas é esse fogo que apaga os erros e revela o contorno do mito. É nesse fogo que suas falhas são queimadas, mas sua essência é purificada. É no fogo da injustiça que se temperam os homens que permanecem. Vivo ou morto. Livre ou preso. O destino já está escrito: Bolsonaro será lembrado como o maior líder político que este país já viu. Não pelas urnas, mas pelo impacto simbólico que deixou na alma do povo. Porque há homens feitos de terra — e há homens feitos de propósito. E propósito não se prende. Propósito não se algema. Propósito não se silencia. Propósito não se intimida por celas, cautelares ou despachos monocráticos.
Enquanto houver bandeiras tremulando, enquanto houver crianças rezando, enquanto houver famílias que acreditam em Deus, liberdade e pátria, a voz dele continuará ecoando. Voz que não pertence a um indivíduo, mas a uma nação inteira que acordou. Por isso afirmo: não prenderam Bolsonaro. Tentaram prender você. Tentaram prender a liberdade. Tentaram prender a democracia. Tentaram prender a verdade. E toda tentativa de aprisionar a verdade produz apenas uma consequência: ela retorna mais forte.
É por isso que o país inteiro pressente — mesmo aqueles que não dizem em voz alta — que a prisão de Bolsonaro será o estopim de algo maior. Não violência. Não caos. Mas despertar. Nenhuma injustiça tão flagrante passa sem provocar rachaduras no edifício do autoritarismo. Quando uma sociedade tolera que a fé, a crítica política, a imprensa e a manifestação pacífica sejam relativizadas, ela aceita o veneno da tirania. E uma vez que o veneno entra na corrente sanguínea da nação, só a coragem coletiva pode produzir antídoto. Mas a coragem não é espontânea. Ela nasce da dor. Ela nasce da perda. Ela nasce da consciência de que, se não fizermos algo agora, talvez não haja país para defender amanhã. Não é Bolsonaro que está em jogo — é o Brasil.
A esquerda sempre soube disso. Por isso o tratam como inimigo existencial. Por isso comemoram sua prisão como troféu. Não entenderam que quanto mais o atacam, mais o transformam. Não perceberam que quanto mais o ferem, mais ele cresce dentro do povo. Sim, Bolsonaro é vítima de uma injustiça inominável. Sim, o que fazem com ele é obsceno. Sim, é perseguição. Mas é também revelação. É o momento em que a nação olha para o espelho e decide quem quer ser: cúmplice do abuso ou guardiã da liberdade.
Por isso, a ordem do dia é simples: suportemos firmes. A noite é escura porque o amanhecer está próximo. O autoritarismo sempre escurece tudo antes de cair. Sempre expande sua fúria antes de ruir. Sempre tenta destruir o herói antes de ser destruído por ele. E quando o sol nascer — porque ele nascerá — estará escrito: “Houve um homem que não lutou por si, mas por todos; que caiu de pé; que foi perseguido, mas não dobrado; que sofreu injustiça, mas se tornou mito”. E esse homem permanecerá não em livros, não em estátuas, mas no único lugar onde nenhuma tirania consegue apagar: na alma eterna do povo brasileiro.
F.J.



