Estadão cobra respeito do STF ao Congresso e critica Moraes

Jornal diz que não cabe ao Judiciário decidir sobre política de drogas

No último sábado, o jornal O Estado de S. Paulo divulgou um editorial que fazia críticas à votação realizada no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o porte de drogas para consumo próprio e ao ministro .

De acordo com o jornal Estadão, não é da competência do Supremo Tribunal Federal criar uma nova lei contra as drogas. “O problema não está na Lei 11.343/2006, e sim no Judiciário punitivista, que resiste a aplicar a lei tal como ela foi aprovada”, afirmou o jornal.

O Estadão lembrou que, há 17 anos, o Congresso Nacional reduziu consideravelmente a pena do crime de porte de drogas para consumo pessoal. Segundo o artigo 28 da Lei 11.343/2006, “quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: (i) advertência sobre os efeitos das drogas; (ii) prestação de serviços à comunidade; (iii) medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo”.

“Ou seja, não é uma eventual decisão do STF no RE 635.659 que fará com que o porte de drogas para consumo pessoal não leve ninguém à cadeia”, constatou o jornal. “Isso já foi definido pelo Congresso. No entanto, o Judiciário tem resistido a obedecer à vontade do legislador. Com a redução da pena do porte de drogas em 2006, juízes passaram a condenar como crime de tráfico de entorpecentes o que antes era mero porte de drogas para consumo pessoal. Assim, por força da interpretação distorcida, a Lei 11.343/2006 gerou efeito contrário.” Em vez de reduzir a pena do porte de drogas, a lei gerou uma onda de criminalização das drogas, com magistrados ampliando o conceito de tráfico para englobar o que era porte para consumo pessoal.”

Incompreensão sobre o papel do STF atinge até mesmo ministros da Corte, aponta Estadão.

De acordo com o Estadão, “a incompreensão sobre o papel do STF” parece incluir também alguns ministros da própria Corte. “O ministro Alexandre de Moraes utilizou o seu voto para redigir uma nova legislação antidrogas”, disse o jornal. “Ora, uma vez que não há nada na Constituição diferenciando a maconha de outras substâncias ilícitas – tampouco a Lei 11.343/2006 faz essa distinção –, a proposta de Alexandre de Moraes ultrapassa os limites do cargo”. As informações são da Revista Oeste.

Fonte: folhadestra.com

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