Tagliaferro: Ex-assessor de Moraes tem a chance de passar o Brasil a limpo

O ex-assessor de Alexandre de Moraes, Eduardo Tagliaferro, tem a chance de ajudar a passar o país a limpo, revelando os detalhes do esquema de perseguição política contra adversários montado nas estruturas do STF.

Conversas vazadas de whatsapp, obtidas com exclusividade pela Gazeta do Povo, revelaram que o perito tem medo de ser preso ou morto, caso abra a boca para falar de Moraes. Em vez de se acovardar, Tagliaferro poderia se inspirar em “cidadãos comuns” deste século da República brasileira, como o motorista Eriberto França e o caseiro Francenildo Costa, que não se curvaram diante de poderosos e cujos testemunhos marcaram a derrocada do governo Collor, a queda de Antonio Palocci e a descoberta do Mensalão.

Em 1992, o motorista Eriberto França, em entrevista à revista IstoÉ, revelou que Paulo César Farias, ex-tesoureiro da campanha de Fernando Collor de Mello, bancava as despesas do presidente.

Exemplos históricos para ex-assessor de Moraes

Em outro escândalo envolvendo poderosos, a secretária Fernanda Somaggio, que trabalhava para o publicitário Marcos Valério, contou em entrevista em 2005 que viu malas de dinheiro circularem para financiar campanhas do PT. Foi um dos fios da meada do escândalo do mensalão. Teve ainda o caseiro Francenildo Costa, em 2006, cujo testemunho derrubou o ministro da Fazenda Antonio Palocci; vale citar ainda a dona de uma loja de materiais de construção que atestou que as obras do sítio de Atibaia, usado por Lula, eram pagas pelas empreiteiras Odebrecht e OAS.

Em todos esses casos, houve coragem desses personagens para trazer a público fatos que os políticos e corruptos prefeririam manter na obscuridade. Na conversa de whatsapp vazada “sem querer” pela Polícia Federal, Tagliaferro, o ex-assessor de Morae disse: “Se eu falar algo, o ministro me mata ou me prende”. Em outro trecho do whatsapp, afirmou que tinha o desejo de “contar tudo de Brasília” antes de morrer. “Minha vontade é chutar o pau da barraca, jogar tudo para o alto”, escreveu Tagliaferro.

Está aberta a oportunidade de Tagliaferro dar sua contribuição ao país. Ele poderia se inspirar no motorista Eriberto França, no caseiro Francenildo ou na secretária Fernanda Sommagio. Cumprir seu papel de cidadão e entrar para a história como alguém que não se acovardou nem ajudou a encobrir abusos e crimes de poderosos.  Como enfatizou editorial da Gazeta do Povo, é hora de Tagliaferro contar tudo o que sabe. Assista:

Gazeta do Povo

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