“Me dê 50% da Câmara, 50% do Senado que eu mudo o destino do Brasil”, sentenciou o ex-presidente, citando o exemplo de Nayib Bukele, de El Salvador, que só conseguiu implementar reformas após conquistar mais de 70% da maioria legislativa.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou clara sua estratégia para 2026 durante discurso na Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia, na noite desta quinta-feira (19): ampliar massivamente sua base aliada no Congresso Nacional para retomar o poder e, assim, “mudar o destino do Brasil”.
Em meio a aplausos, Bolsonaro, que recebeu o título de cidadão aparecidense, não hesitou em declarar seu objetivo, mostrando que sua mira está no Legislativo como o verdadeiro campo de batalha para o futuro político do país.
“Me dê 50% da Câmara, 50% do Senado que eu mudo o destino do Brasil”, sentenciou o ex-presidente, citando o exemplo de Nayib Bukele, de El Salvador, que só conseguiu implementar reformas após conquistar mais de 70% da maioria legislativa. Essa tática revela a percepção de Bolsonaro de que o controle do Executivo, sem o respaldo de um Congresso forte e alinhado, é ineficaz para promover as mudanças que ele almeja, especialmente em um cenário de “perseguição sem fim” e “forças ocultas” que, segundo ele, favorecem o governo Lula.
Apesar de se dizer “visivelmente debilitado” e revelando vomitar “10 vezes por dia”, Bolsonaro garantiu que não vai jogar a toalha. Ele reafirmou sua missão política, criticando a esquerda por ter ocupado espaços e a grande imprensa por “fake news”.
Sua estratégia de focar no Congresso é um sinal de que a próxima batalha eleitoral será travada não apenas nas urnas presidenciais, mas na construção de uma base legislativa robusta que lhe permita, em caso de vitória, implementar sua agenda sem as amarras e resistências que marcaram seu primeiro mandato.